Edição 11.07.2019

Qual a sua opinião sobre a Reforma da Previdência

Atendendo o convite do Sinal-RS, publicamos hoje mais uma opinião, desta vez do colega Luís Fernando Träsel – Desuc/GTPAL.

-> “REFORMA DA PREVIDÊNCIA: A assim chamada “Reforma da Previdência” é a negação do que proclama ser. O termo mais apropriado é “desmonte”.
Trata-se do mais recente episódio do conto-do-vigário da “fadinha da confiança” dos empresários, que há alguns anos promete voar pelos céus do Brasil. Os três primeiros episódios dessa nefasta franquia são conhecidos: “Ponte para o Futuro”, “PEC dos Gastos”, “Reforma Trabalhista”. A cada um deles, “no-show” da fadinha, e como o danado do PIB se recusa a decolar e o desemprego a ceder, “agora vai”, vem a sequência com a dita “Reforma” da Previdência.
Ela não vem para salvar a economia, não vem para “corrigir distorções”. Vem para destruir nosso sistema previdenciário, parte integrante dessa engenhosa criação da Constituição de 1988, nosso Sistema de Seguridade Social, baseado na solidariedade, que prevê variadas fontes de recursos de modo a garantir uma rede de proteção social mínima para a população brasileira.
Essa dita “reforma” agravará o estado de nossa economia, pois retirará mais dinheiro de circulação e com isso deprimirá ainda mais a demanda agregada. Pobres e remediados não entesouram, consomem. Os recursos supostamente “poupados” serão retirados dos que mais necessitam e serão esterilizados no sistema financeiro. Quem irá investir sem perspectiva de demanda?
Para os funcionários públicos, essa dita “reforma” também será desastrosa. Para os servidores do BC, a redução salarial advinda dos aumentos de alíquotas de contribuição previdenciária se comporá com os crescentes descontos do PASBC e com os impactos da inflação futura. E não temos perspectivas de reposição salarial para os próximos anos, considerando que o que se almeja para o setor público é seu encolhimento.
Numa época em que nossas capacidades tecnológicas possibilitam crescentes incrementos de produtividade com menor necessidade de mão de obra, os ricos farão com que os pobres e remediados trabalhem por mais tempo, por menor remuneração, sem garantia de proteção digna na velhice.
Para que tipo de sociedade rumamos?

Porto Alegre, 11 de julho de 2019.
Diretoria Executiva
Seção Regional de Porto Alegre

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