REFORMA ADMINISTRATIVA: DEPENANDO OS “PATOS”
Reforma Administrativa: Ou, simplesmente…depenando os “patos”
Iniciado o ano legislativo, o governo já prepara a sua campanha publicitária para a Reforma Administrativa.
A PEC Emergencial deve ser a ponta de lança. A ideia é seguir o modelo do que foi feito para a campanha pela Reforma da Previdência. O mote continua o mesmo: o corte de privilégios.
Ao apagar das luzes de 2019, estudo elaborado pelo IPEA mostra que o Funcionalismo Público cresceu no Brasil, de 1986 a 2017, impulsionado principalmente nos Municípios.
O Atlas do Estado Brasileiro apresenta, por nível federativo e pelos três Poderes, informações como total de vínculos de emprego no Setor Público, evolução anual da remuneração mensal média, comparações entre civis e militares, diferenças de remuneração por sexo e nível de escolaridade dos Servidores, entre outros dados.
Em 32 anos, o Funcionalismo Público ampliou-se em 123%: o número total de vínculos subiu de 5,1 milhões para 11,4 milhões. Apesar do crescimento expressivo, a expansão foi assemelhada à do mercado de trabalho formal no setor privado (crescimento de 95% no total de vínculos).
Apenas um em cada dez Servidores Públicos, porém, é da esfera federal. O aumento no Funcionalismo Público observado na série de dados, como foi dito, está concentrado nos Municípios.
Com relação aos três Poderes, o Judiciário tem salários cinco vezes maiores que o Executivo, na média.
Bem, é claro que nenhum destes dados será levado em consideração pela reforma do governo.
Por quê?
Simples (ou você não aprendeu nada com a Reforma da Previdência deste mesmo governo?):
Esqueça os técnicos, ouça o ministro da Economia.
Verdade seja dita, ele é cristalino. Ele quer congelar concursos públicos, reduzir jornada e salários de Servidores e proibir reajuste real (acima da inflação) do salário mínimo.
Vai fazer com o Judiciário? Claro que não…
Vai fazer com o Legislativo? Tá de brincadeira…
Vai fazer com os militares? Tá maluco…
Então, de onde virão estes recursos?
No frigir dos ovos, a maioria dos Congressistas vai apenas pensar em suas Emendas e em alguma coisa que livre a sua cara com a maioria (a dos salários mínimos). O resto, bem, sabemos como tem acabado…
A única opção é a mobilização já em fevereiro.
Sem manifestação vigorosa em contrário dos Servidores Públicos civis do Executivo – vulgo, “os patos” -, a Categoria pode passar pela maior rapinagem da história nos seus contracheques.
A quem não estiver disposto a se manifestar, sugerimos que se apresente imediatamente ao aviário mais próximo da sua casa.