Edição 47 - 31/05/2005

FLEXIBILIZAÇÃO: SOLUÇÃO OU PROBLEMÃO??

Desde a semana passada, está disponível, no Portal do BC, a entrevista dada pela consultora da Dirad a respeito da flexibilização do horário de trabalho. A entrevista traz, em nosso entender, três pontos muito estranhos, os quais serão tratados a seguir.

I) a forma pela qual a questão da redução foi tratada:

Ficou parecendo que, para facilitar os trabalhos do GT, essa questão foi inicialmente contemplada. Mas, na hora de apresentar as suas conclusões, o GT se apoiou somente no formalismo legal (questionável, aliás) para simplesmente abandonar a idéia.

De acordo com informações da própria consultora, foram feitas três pesquisas:

1)  a pesquisa quantitativa com 500 servidores;
2)  a pesquisa qualitativa com 2 grupos (em Brasília e no Rio de Janeiro);
3)  o estudo de caso sobre o Deinf de Brasília.

Em todas elas, a redução da jornada foi citada pelos servidores como algo positivo. No entanto, no final, a redução não foi contemplada. Portanto, fica a pergunta no ar:

se era para não contemplar o resultado das pesquisas,
por que se gastou tanto dinheiro com elas?

II) a questão do controle eletrônico de horário:

Inicialmente, essa era uma questão menor no GT. Mas, ao fim, passou a ser o item mais presente no relatório final apresentado. Ficou parecendo que já havia a intenção da Dirad de implementar esse controle eletrônico, e a forma mais fácil de fazê-lo foi aproveitar uma “carona” na flexibilização.

O curioso é que, nas três pesquisas acima citadas pela consultora, o controle eletrônico de ponto apresentou elevadas rejeições.  No final, também o controle foi contemplado. Portanto, mais uma vez fica a pergunta no ar:

se era para não contemplar o resultado das pesquisas,
por que se gastou tanto dinheiro com elas?

III) a afirmação da consultora de que as atitudes dos servidores do BC são “de algum modo paradoxais: existe uma atitude favorável à flexibilização de horário e à redução de jornada, mas há uma atitude desfavorável a sistemas de controle de freqüência”. 

Não há paradoxo algum! Os servidores do BC são adultos e conscientes, logo sabem de seus compromissos e de suas responsabilidades e não precisam ser vigiados eletronicamente por uma catraca ou por um sistema similar. E, com razão, apóiam a flexibilização e a redução, pois ambas, se adotadas em conjunto, tendem a aumentar a qualidade de vida e, por conseqüência, a motivação e a produtividade no BC.

Por fim, e para não ficar só nas críticas, o SINAL-RJ apresenta duas sugestões:

1. a adoção, pela Dirad, da idéia de redução de jornada para 6 horas corridas (como visto no Apito Brasil 45, de 25.5.05);

2.  a substituição da idéia de implementação de controles eletrônicos de freqüência por um trabalho de conscientização do corpo gerencial sobre a importância de bem coordenar os resultados do trabalho de seus servidores.

(Texto divulgado hoje pelo Conselho Regional do SINAL-RJ, através do Apito Carioca)

 

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