IRRESPONSABILIDADE INACEITÁVEL
Governo quer remarcar a reunião de hoje para dia 22
Pasmem: é isso mesmo. Uma reunião (em princípio) marcada para o dia 14, que poderia acontecer “no máximo” até o dia 16, o governo agora quer postergar para o dia 22 de setembro.
Conhecendo o histórico diz-que-vai-mas-não-vai do governo, o Presidente Nacional vinha tentando confirmar a reunião pré-agendada para hoje. Ligou insistentemente para o celular do Secretário de Recursos Humanos do MPOG, Sérgio Mendonça, tanto quanto para o próprio Ministério. Não só pela questão de confirmar o compromisso, mas para, na eventualidade de um adiamento, economizar os gastos do Sindicato com o deslocamento dos negociadores do SINAL para Brasília.
Só no início da noite de ontem conseguiu contato, e apenas com a assessoria de Sérgio Mendonça.
Soube então que os oito (?!?!?!) ministros responsáveis pelas diretrizes de negociação com o funcionalismo estarão reunidos somente na próxima sexta-feira. Isso, na prática, inviabilizou a reunião hoje, ou mesmo na sexta-feira, data-limite acertada com o governo.
A reunião foi, portanto, cancelada unilateralmente pelo governo, e remarcada para o longínquo dia 22.
O Presidente do SINAL tentou ponderar, por telefone – primeiro com a interlocutora do MPOG, e depois com o Diretor Fleury – que essa atitude governamental seria intolerável.
Constatações (cristalinas):
1) uma falta de respeito ao funcionalismo: toda uma categoria contando os dias para a negociação;
2) uma falta de consideração ao SINAL: o Sindicato despendendo inutilmente recursos – dos filiados que o mantêm – com os dirigentes que, naturalmente, já se encontravam em Brasília;
3) o governo não entendeu nossos recados, traduzidos em paralisações que mobilizaram mais de 80% da categoria.
Indagações necessárias:
– o governo é burocratizado demais, ou é também desorganizado?
– são precisos OITO ministros para decidir a questão salarial do BC?
– da reunião em 31.8 até a nova data prevista, se terão passado (mais) 22 dias desde a entrega da pauta em 2 de junho: o governo precisa mesmo desse tempo todo para apresentar proposta a uma categoria cujas estrutura salarial, problemas e pendências são sobejamente conhecidas?
A categoria se vem conduzindo com enorme equilíbrio e responsabilidade. Estamos focados nas questões corporativas e institucionais, e não fazemos politicagem barata: paralisamos as atividades somente em último caso e com objetivos bastante claros. Atendemos a uma solicitação do governo para negociar fora da greve: ganhamos, em troca, a total indiferença para com nossas reivindicações.
Exigimos a recíproca do respeito com que vimos tratando a negociação. Temos o direito de exigir o cumprimento do compromisso assumido entre partes que se querem responsáveis.
Pleiteamos uma negociação eficiente, límpida e franca. Isso é o mínimo que o governo devia apresentar aos seus interlocutores, o que não aconteceu. Resta-nos UMA alternativa: voltar à greve.
O indicativo do Conselho Nacional do SINAL é:
– greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 19, se a reunião não ocorrer até à próxima sexta – 16.9,
data-limite acordada. Não se trata de se fazer greve pela greve, mas de reiterar com dureza o recado que já tentamos dar e não foi entendido. Exigimos resposta à nossa pauta. Exigimos uma proposta decente para apresentar à categoria. Exigimos respeito. Ficaremos em greve até que venham as respostas, o respeito e as propostas.
Vamos deliberar sobre esse indicativo em assembléia amanhã, em todo o Brasil.
Compareça! Participe! Está em jogo o seu salário, sim, mas muito mais a dignidade do funcionalismo do BC. !