Edição 92 - 14/09/2005

IRRESPONSABILIDADE INACEITÁVEL

Governo quer remarcar a reunião de hoje para dia 22

Pasmem: é isso mesmo. Uma reunião (em princípio) marcada para o dia 14, que poderia acontecer “no máximo” até o dia 16, o governo agora quer postergar para o dia 22 de setembro.

Conhecendo o histórico diz-que-vai-mas-não-vai do governo, o Presidente Nacional vinha tentando confirmar a reunião pré-agendada para hoje. Ligou insistentemente para o celular do Secretário de Recursos Humanos do MPOG, Sérgio Mendonça, tanto quanto para o próprio Ministério. Não só pela questão de confirmar o compromisso, mas para, na eventualidade de um adiamento, economizar os gastos do Sindicato com o deslocamento dos negociadores do SINAL para Brasília.

Só no início da noite de ontem conseguiu contato, e apenas com a assessoria de Sérgio Mendonça.

Soube então que os oito (?!?!?!) ministros responsáveis pelas diretrizes de negociação com o funcionalismo estarão reunidos somente na próxima sexta-feira. Isso, na prática, inviabilizou a reunião hoje, ou mesmo na sexta-feira, data-limite acertada com o governo.

A reunião foi, portanto, cancelada unilateralmente pelo governo, e remarcada para o longínquo dia 22.

O Presidente do SINAL tentou ponderar, por telefone – primeiro com a interlocutora do MPOG, e depois com o Diretor Fleury – que essa atitude governamental seria intolerável.
 

Constatações (cristalinas):

1) uma falta de respeito ao funcionalismo: toda uma categoria contando os dias para a negociação;

2) uma falta de consideração ao SINAL: o Sindicato despendendo inutilmente recursos – dos filiados que o mantêm – com os dirigentes que, naturalmente, já se encontravam em Brasília;

3) o governo não entendeu nossos recados, traduzidos em paralisações que mobilizaram mais de 80% da categoria.

Indagações necessárias:

– o governo é burocratizado demais, ou é também desorganizado?

– são precisos OITO ministros para decidir a questão salarial do BC?

– da reunião em 31.8 até a nova data prevista, se terão passado (mais) 22 dias desde a entrega da pauta em 2 de junho: o governo precisa mesmo desse tempo todo para apresentar proposta a uma categoria cujas estrutura salarial, problemas e pendências são sobejamente conhecidas?

A categoria se vem conduzindo com enorme equilíbrio e responsabilidade. Estamos focados nas questões corporativas e institucionais, e não fazemos politicagem barata: paralisamos as atividades somente em último caso e com objetivos bastante claros. Atendemos a uma solicitação do governo para negociar fora da greve: ganhamos, em troca, a total indiferença para com nossas reivindicações.

Exigimos a recíproca do respeito com que vimos tratando a negociação. Temos o direito de exigir o cumprimento do compromisso assumido entre partes que se querem responsáveis.

Pleiteamos uma negociação eficiente, límpida e franca. Isso é o mínimo que o governo devia apresentar aos seus interlocutores, o que não aconteceu. Resta-nos UMA alternativa: voltar à greve.

O indicativo do Conselho Nacional do SINAL é:

– greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 19, se a reunião não ocorrer até à próxima sexta – 16.9,
data-limite acordada. Não se trata de se fazer greve pela greve, mas de reiterar com dureza o recado que já tentamos dar e não foi entendido. Exigimos resposta à nossa pauta. Exigimos uma proposta decente para apresentar à categoria. Exigimos respeito. Ficaremos em greve até que venham as respostas, o respeito e as propostas.

Vamos deliberar sobre esse indicativo em assembléia amanhã, em todo o Brasil.

Compareça! Participe! Está em jogo o seu salário, sim, mas muito mais a dignidade do funcionalismo do BC. !

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