SINAL-SP INFORMA: notas à imprensa
SINAL-SP INFORMA
O Sinal-SP, junto à sua assessoria de imprensa, mantém contato freqüente com os grandes meios de comunicação no sentido de melhor informar a opinião pública em assuntos relacionados ao Banco Central e seu corpo funcional. Recentemente, dois assuntos foram destaques na imprensa. O primeiro refere-se à crise no Depin, onde a reportagem atribui alguns comentários como de nossa autoria, equivocadamente. Para desfazer o mal-entendido foi encaminhada carta retificadora, que reproduzimos abaixo. O segundo assunto é referente à publicação de uma carta em que nos solidarizamos com um editorial do Estado de São Paulo que execra a criação indiscriminada de cargos de livre nomeação.
1) Crise no Depin
16/06/06
Ao Correio Braziliense
A/C –Edna Simão (*)
Diverso do que foi noticiado na matéria "Um momento delicado no BC", publicado na edição de hoje deste prestigioso jornal, a respeito da crise no Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), afirmei que ela é conseqüência da interferência administrativa de diretores provenientes do mercado que não têm nenhum compromisso com a instituição ou a sociedade, e é sobre esse prisma que se necessita repensar a estrutura atual do BC. Não declarei que outras crises estariam se reproduzindo em outros departamentos do Banco Central e sim que a ingerência de diretores provenientes do mercado, mais preocupados em alavancar a suas carreiras, podem provocar crises semelhantes em outros departamentos. A nota que enviamos à redação do Correio Braziliense (reproduzida abaixo) reproduz o pensamento do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL) – Regional São Paulo.
Daro Marcos Piffer – Presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central – SINAL, Seção Regional São Paulo. Tels. (11) 3159-0252 / 7676-9880 (cel.)
(*) Contata a jornalista, em 19/06/06, ela nos disse que pretende continuar o assunto em outra matéria. O texto também foi encaminhado ao editor da sessão Opinião, Dad Squarisi.
**
09/06/06
Release ao Correio Braziliense:
Crise no Departamento que Administra Reservas Internacionais no BC
Passou da hora de o cidadão brasileiro se fazer algumas perguntas e sugiro aqui uma: Porque um tubarão do mercado, ganhando fábulas na iniciativa privada, viria trabalhar como diretor no Banco Central do Brasil para perceber por seus serviços uma remuneração inferior à média paga aos próprios funcionários do BC? Arrisco também uma resposta: por patriotismo e altruísmo é que não é!
Enquanto o mercado, de maneira acertada, diga-se de passagem, preocupa-se com o nível da taxa básica de juro e com os efeitos que a crise no DEPIN (Departamento que Administra Reservas Internacionais no BC) pode lançar sobre nossa economia, o Banco apressasse em minimizar o acontecido, desviando a atenção da opinião pública da questão central.
Diretores do BC provenientes do mercado freqüentemente interferem politicamente em questões técnicas e não tem nenhum compromisso com a instituição Banco Central, mas sim com a alavancagem de suas carreiras ao passarem por aqui.
O País precisa entender que a estabilidade da política monetária passa pela diminuição dessa ingerência política casuística. A diretoria do Banco Central deveria ser toda de carreira, porque estas pessoas além de muitíssimo preparadas dedicaram suas vidas à instituição. As metas da política monetária devem, realmente, serem definidas politicamente, mas a execução é técnica. Somente o presidente do BC deveria ser indicado politicamente, mas tendo que prestar constas ao Congresso Nacional. Esta sim seria uma autonomia do BC responsável e desejável pela nação.
Esta crise não é do DEPIN, é da instituição Banco Central, que precisa ser repensada."
*****
2) Concurso público
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Regional São Paulo, considera muito oportuno o editorial Raízes do abuso (11/6, A3). A criação indiscriminada de cargos de "carreira especial", ocupados por indicação de parlamentares, é um manancial para a prática de irregularidades. Como está bem claro no editorial, podem-se listar inúmeras situações em que tanto os nomeados como os terceirizados demonstram não ter nenhum prurido com o dinheiro público, já que seu compromisso é com o esquema dos políticos que os empregaram. O concurso continua sendo o meio mais adequado para contratar funcionários comprometidos com o serviço público, seja do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário. Em consonância com essa posição, os servidores do Banco Central recentemente se mobilizaram contra a inclusão, em projeto de lei que trata do plano de cargos e salários, de dispositivo que permitia a contratação de servidores sem concurso.
Daro Marcos Piffer, presidente do Sinal-SP, sinalsp@sinal.org.br
Fonte: O Estado de SP, 17/06/06, seção Espaço Aberto – Cartas