SINAL lembra ao Presidente Meirelles seu compromisso pessoal com o funcionalismo do BC
Abaixo, correspondência entregue hoje no Banco Central, dirigida ao Presidente Meirelles, solicitando seu empenho junto às autoridades governamentais no sentido da equiparação do reajuste dos servidores da Casa aos recentemente concedidos a categorias análogas:
“Sr. Presidente,
Reportamo-nos, em nome do funcionalismo da Instituição sob sua Presidência, a declarações suas, discorridas em entrevista para a Revista Por SINAL, deste Sindicato, edição nº 7, de abril/2003:
“… mas estou me baseando em informações …. no sentido de que outros órgãos na administração pública têm tido um reajuste mais agressivo que o do Banco Central. Então não há dúvidas de que esse é um assunto para nós trabalharmos.”
…………….
“O Banco Central tem de voltar a ser um lugar prioritário, um lugar onde as pessoas querem trabalhar, onde as pessoas mais qualificadas que estão entrando no mercado de trabalho optem em primeiro lugar para trabalhar. O Banco Central tem de ser uma organização modelo, motivo de orgulho do funcionário.”
Referida entrevista é arrematada com um recado seu aos servidores do BC:
“Gostaria de enfatizar meu compromisso pessoal de revalorizar os servidores do Banco Central. Acredito firmemente que a manutenção do padrão de excelência do Banco depende da satisfação de seu corpo técnico. Procuraremos, juntamente com o Sindicato, caminhos para viabilizar as melhorias pretendidas pelo funcionalismo. Sei que já não se tem o orgulho de trabalhar para a Instituição como no passado. Precisamos resgatar o orgulho perdido, de forma que o funcionário acorde, olhe-se no espelho e lamente que o fim de semana chegou, e que não é dia de ir trabalhar no Banco.”
Servimo-nos de suas próprias palavras (os grifos são nossos) para lembrar-lhe que, novamente, se apresenta uma oportunidade para sua manifestação em favor do corpo funcional que preside.
Devem ter chegado a seu conhecimento os recentes reajustes, concedidos pela MP 302/06, de 30.6.06, a categorias análogas à do Banco Central, em muito superiores ao concedido ao funcionalismo dessa Casa pela MP 295, de 29.5.06.
Aquelas categorias vinham esperando obter algo em torno de 5% de aumento, dada a reiterada justificativa do governo de que faltavam recursos para o funcionalismo federal.
À surpresa geral ante a divulgação de reajustes de até 40%, questionamo-nos sobre o que teria levado as autoridades governamentais a tratar discricionariamente o funcionalismo do BC – cujas carreiras são equivalentes àquelas, e somente após uma greve, firme e responsável, de 33 dias em busca de solução para um acordo fechado em outubro de 2005.
Concluímos que duas foram as causas para essa generosidade extemporânea: a proximidade da eleição presidencial e o empenho, em favor dos servidores, de dirigentes e de altas autoridades ligadas aos ministérios e instituições que dirigem. Nas negociações, como nos bastidores, junto ao governo, tais contingentes funcionais receberam o apoio inconteste daqueles que, em princípio, devem primar pela busca da excelência nos órgãos públicos pela via da satisfação de seu funcionalismo.
O funcionário do Banco Central vem sendo paulatinamente desvalorizado. A edição da MP 302/06:
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traduz o desprestígio com que o contempla o governo;
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desdiz as premissas de restrição orçamentária e correspondência salarial entre carreiras análogas, colocadas na mesa de negociação com o Banco Central e
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acentua o abismo entre BC e outras categorias dos grupos de auditoria, finanças e Ciclo de Gestão.
Esse precedente, no entanto, abre a possibilidade de revisão imediata dos salários do funcionalismo do Banco Central. A MP 295/06, que tratou do nosso reajuste, está em trâmite, admitindo, portanto, apresentação de emendas substitutivas pelo Relator, Deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Na entrevista de que tratamos acima, é ainda sua a frase “Acredito fundamentalmente na qualidade de vida, na qualidade do trabalho do funcionário, e vou trabalhar com todas as minhas possibilidades para conseguir isso.”
Esta é uma oportunidade de demonstrar sua preocupação com o futuro do BC, proporcionando aos seus funcionários que se orgulhem novamente de trabalhar na Casa, e impedindo a evasão para as categorias congêneres que, agora mais ainda, oferecem maior valorização a seus quadros.
Ficamos, portanto, na expectativa de que sua palavra, dirigida em 2003 ao funcionalismo do Banco Central, seja cumprida, num momento em que só seu empenho pessoal poderá garantir a seus subordinados a justa equiparação com as carreiras congêneres tão generosamente contempladas pelo governo.
Aguardamos sua pronta manifestação.
David Falcão
Presidente Nacional”