Edição 0 - 31/05/2007

BOCA PAULISTA ELETRÔNICO nº 2, de 31.05.07 – Greve no BC: subversão de causas e conseqüências

 

 BOCA PAULISTA ELETRÔNICO

São Paulo, 31 de maio de 2007 – nº 2

 

 

GREVE NO BC: SUBVERSÃO DE CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS

O BC continua em greve. A ausência de mandato para o secretário do MPOG negociar a melhoria da proposta financeira e a suspensão do desconto dos dias de greve, obstruindo a negociação e provocando a indignação da categoria, revela:

a) INCONSISTÊNCIA – A alegação de impossibilidade de reajuste salarial para servidores em 2007, desmentida pelo recente acordo com a PF;

b) INTRANSIGÊNCIA – Em vez de apagar o fogo, jogou-se gasolina na fogueira. A negociação, que já avançava bastante, e cujo fim parecia avizinhar-se na semana passada, refluiu pelo anúncio do desconto dos dias de greve, a pedido do governo;

c) USO POLÍTICO DA GREVE NO BC – Esta quebra da tradição de negociar os dias parados (no BC e em outros órgãos públicos é praxe o trabalho intensivo para colocar o serviço acumulado em dia) dá a entender que o governo agora está empenhado não em solucionar o impasse, mas sim no uso político do nosso movimento, servindo-se dele para endurecer a negociação com outras categorias e apressar a regulamentação do direito de greve no serviço público federal.

A greve no BC, resultado da incompetência de autoridades do poder público na prática de negociação nos últimos tempos, mostra:

  • quebra de compromisso do governo, por meio de seus interlocutores na negociação, no que tange à recomposição do salário do BC ao nível de categorias congêneres;
  • falta de agilidade, seriedade e responsabilidade do poder público na condução das negociações;
  • uso político do processo de negociação, colocando em risco o funcionamento de um Órgão estratégico para a economia nacional;
  • negligência das autoridades competentes em garantir as condições administrativas e orçamentárias adequadas para o pleno cumprimento da missão institucional do BC, com flagrante desvalorização de seus recursos humanos e transferência crescente de funções para outros órgãos.

O Presidente do BC e aqueles representantes do governo que estão focados na punição da greve devem rever seu posicionamento para defender a Instituição e as condições de trabalho dos servidores. Além do mais, devem ir à raiz do problema: A URGENTE SOLUÇÃO DO IMPASSE NA NEGOCIAÇÃO e, num segundo momento, a superação das carências do BC no cumprimento de suas atribuições.

Ilegal, portanto, não é a greve que chama a atenção para as carências no BC. Ilegal são tais carências.

Ilegal é o desgoverno e o desmonte arbitrário do BC. O preconceito e a discriminação praticada contra seus funcionários têm aí a sua implícita causa política.

Somente o pulso firme da categoria -postada no saguão do BC em São Paulo- pode romper essa prática, exigindo respeito e tratamento equânime ao concedido à Polícia Federal: efeito financeiro em 2007 e reposição dos dias de greve.

Colega, se você ainda não aderiu à greve, o momento é agora. É urgente a sua  participação! Só assim conseguiremos o que nos é de direito.

Conselho Regional do Sinal-SP

 

 

SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central

Rua Peixoto Gomide, 211 – São Paulo (SP) – Cep 01409-001

Tel/Fax: 3159-0252 / e-mail: sinalsp@sinal.org.br

 

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