Edição 83 - 15/08/2007

Deu na imprensa:

 

Na contramão do pensamento vigente no país, e do desmonte a que o serviço público vem sendo submetido, Mário Pochman, novo presidente do Ipea, afirma que o Estado brasileiro foi "destruído"

Pochmann quer mais servidores públicos no país
 

Folha de São Paulo – 15/8/2007

Com dificuldades para gerir até o PAC, o Estado brasileiro não está preparado para coordenar o desenvolvimento nas próximas décadas. A avaliação é do novo presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o professor da Unicamp Márcio Pochmann. 

Ao tomar posse, ontem, ele defendeu a redefinição do papel do Estado, que considera "raquítico", a contratação de servidores e prometeu manter a independência do Ipea, que foi muito criticado no primeiro mandato do presidente Lula por apresentar projeções e opiniões divergentes do restante do governo. Neste ano, o instituto foi para a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. 

"Precisamos de gente preparada para lidar com o crescimento", disse. "Hoje não temos um Estado preparado para o desenvolvimento. Em quantidade ou qualidade [de servidores] não temos condições de dar um salto de desenvolvimento." 

Citando como exemplo o PAC, Pochmann argumentou que "há dificuldades para coordenar as mais de 1.500 ações". Disse que o processo de liberação de verba é "complexo" e muitos ministérios estão desestruturados. 

Segundo ele, nos últimos 20 anos o Estado brasileiro foi "destruído". "O Estado é raquítico. O corpo de funcionários públicos representa 8% da população ocupada, na década de 80 eram 12%. Nos EUA, 18%, na Europa, 25%, na Escandinávia, 40%", afirmou.

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