Edição 17 - 06/07/2007

ARBITRARIEDADE

ARBITRARIEDADE

Os últimos acontecimentos verificados no DEINF, aliado ao ocorrido no DEPIN, em 2006, nos levam a refletir quanto ao momento por que passamos e sobre o futuro desta Casa. Em 2006, casualmente após uma greve, o então diretor da DIPOM, sem nenhum compromisso com nossa instituição, passando por cima da independência técnica do Banco Central, interferiu politicamente no DEPIN alterando a estrutura organizacional do departamento. A conseqüência disso foi à saída do chefe da unidade, do chefe adjunto, vários chefes de subunidade e de outros comissionados. Aquele diretor já foi embora, mas os efeitos de sua nefasta atuação perduram até hoje.

Agora, no DEINF, a situação é mais grave, pois ela partiu de uma pessoa que é da Casa e que deveria estar comprometida com a instituição. A atitude do senhor chefe do DEINF mais do que refletir uma idéia fascista, que não se coaduna com a realidade dos tempos que estamos vivendo, caracteriza-se como uma violência contra o livre pensar, contra um direito constitucional e um cerceamento ao exercício da cidadania. Parece-nos que, no entendimento do chefe do DEINF, para ser adjunto naquele departamento é mais importante estar alinhado ao seu pensamento ditatorial e antidemocrático do que aos requisitos de competência e responsabilidade. Afirmar que o motivo do descomissionamento, que ainda não ocorreu de direito, mas já é um fato, não foi por motivo de greve e sim pela quebra de confiança pelo fato da servidora dela ter participado é mero eufemismo. Trata-se, claramente, de uma punição.

 

As informações de que dispomos indicam que o chefe do DEINF não demonstra o mínimo arrependimento de seus atos, pois ao promover reunião com seus funcionários a fez em tom autoritário e agressivo constrangendo alguns dos ouvintes, chegando ao absurdo de afirmar que o sindicato é um bando de doidos, irresponsáveis e mentirosos.

Saiba senhor chefe do DEINF que não haverá muros, paredes ou censura capaz de calar nosso sindicado na ampla defesa da nossa categoria, da legalidade, da instituição. Isso significa denunciar, veementemente, atitudes autoritárias como ameaças de descomissionamento por motivos ideológicos. Quando mentimos? Foi quando denunciamos seus desmandos e destemperos?

Procuramos agir no sindicado com muita responsabilidade, transparência, buscando sempre a verdade, promovendo a defesa dos nossos interesses, mas também denunciando atitudes como as que foram tomadas que atestam que o senhor não está à altura para ocupar tão importante cargo em nossa instituição. Sua atitude atinge a todos nós funcionários do Banco Central que temos orgulho em pertencer a esta Casa.

 

Vale registrar que para o exercício da função de chefe de departamento além da capacitação técnica que a função requer, outros requisitos devem ser exigidos como a capacidade de liderança e, principalmente, o respeito à liberdade de pensamento de seus subordinados, valores estes que não foram observados e que vão de encontro aos princípios básicos da tão propalada qualidade de vida no trabalho.

Importante destacar que o ocorrido no DEINF trata-se de um fato isolado que não ecoou em outras unidades do Banco Central cujos chefes, embora enfrentando sérias dificuldades no pós-greve, vêm agindo de acordo com os princípios que norteiam nossa instituição e com respeito ao funcionalismo. Imperativo, portanto, que o senhor chefe do DEINF seja chamado à responsabilidade por quem de direito.

 

Paulo de Tarso Galarça Calovi

Presidente do Conselho Regional de Brasília

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