Edição 0 - 08/07/2003

GREVE: REFLEXÃO E SOLIDARIEDADE

O Banco Central, irmanado aos servidores p£blicos de todo o
Brasil, paralisa hoje, 8 de julho, suas atividades por 24 horas.

Protestamos, em comum, contra a reforma da Previdˆncia. E,
domesticamente, para "empurrar" um Plano de Cargos encruado h  dois anos que,
com a mobiliza‡Æo do funcionalismo, parece come‡ar a "deslanchar".

Temos hoje, no BC, v rias situa‡äes funcionais que levam a
interesses, se nÆo conflitantes, diferentes entre os servidores. E uma das
bandeiras de luta de uma categoria, qualquer que ela seja, deve ser a da
manuten‡Æo da unidade.

NÆo podemos cair na armadilha – humana, ‚ certo – da "farinha
pouca, meu pirÆo primeiro". Temos que ter uma visÆo generosa de cada situa‡Æo ,
para tentar corrigir, ou melhorar, cada uma delas, mudando, por conseqˆncia, o
conjunto, e tornando-o mais harm“nico e abrangente.

Neste momento de luta pela implanta‡Æo do PCS e contra a
reforma da Previdˆncia, nossa motiva‡Æo deve ter um horizonte amplo, uma visÆo
grandiosa do todo funcional, e de quantas medidas serÆo necess rias para
atender-nos sem distin‡Æo.

H  mais de 10 anos, por exemplo, que o sal rio de ingresso na
Receita Federal ‚ maior do que o do Banco Central. Quem entrou para o banco a
partir de 1998 o fez sabendo (ou devendo saber) a regra a que se submetia.
Dentre os novos, portanto, quem se decepcionou com a institui‡Æo por esse motivo
logo fez outro concurso e saiu. Quem permaneceu por vontade pr¢pria
provavelmente espera galgar melhores fun‡äes na institui‡Æo, aguarda que a
dire‡Æo resolva sozinha o problema, acomodou-se ou nÆo logrou passar em outro
concurso.

Ou entÆo – rea‡Æo altamente positiva – envolveu-se na luta
sindical para mudar essa realidade. O fato ‚ que o sal rio de ingresso nÆo ‚ o
£nico problema enfrentado pela categoria. A rigor, ‚ um direito ainda
"aspirado", se o podemos classificar assim.

Muito mais grave situa‡Æo passa quem est  no banco h  mais de
10 anos e sofre a perda de direitos contratuais (reajuste salarial,
adiantamento de f‚rias, abono, incorpora‡Æo da fun‡Æo … aposentadoria, etc.), ou
judicialmente garantidos (Bresser, URV, etc.), ou sofrem a terr¡vel
amea‡a de verem sua aposentadoria virar p¢ na reforma da Previdˆncia, com o fim
da integralidade, a cria‡Æo da aposentadoria pela m‚dia da vida laboral, o fim
da paridade, a taxa‡Æo na inatividade, a cria‡Æo do redutor da pensÆo por morte,
a cria‡Æo do teto contributivo y otras cositas m s. Esses eram direitos
adquiridos – para usar o termo juridicamente correto – e hoje amea‡ados de
extin‡Æo.

Devemos, em primeiro lugar, nos empenhar todos na luta por
uma carreira. Que dˆ futuro e possibilidades a todos. NÆo nos
acomodar, ou pensar que a dire‡Æo pode ou vai resolver sozinha nossos problemas.
Os m‚ritos pessoais de cada um nÆo serÆo obliterados ou esquecidos pelas chefias
porque tenhamos, cada um, participado das paralisa‡äes e greves. M‚ritos
pessoais nÆo sÆo descart veis, e os dirigentes do Banco Central sabem disso.

Ajudando nesse objetivo, o SINAL acompanha passo-a-passo os
movimentos necess rios, e os funcion rios vˆem no sindicato um caminho confi vel
na consecu‡Æo dos objetivos funcionais.

Portanto, vamos todos … luta:

1) pela manuten‡Æo dos direitos dos trabalhadores do Banco Central;

2) pela recupera‡Æo das perdas dos trabalhadores do Banco central;

3) pela corre‡Æo das distor‡äes salariais no PCS dos servidores do Banco
Central.

As bandeiras de luta do funcionalismo sÆo muitas, e devemos
ter, como filiados do sindicato e como cidadÆos com consciˆncia de classe e de
categoria de trabalho, a dimensÆo de nosso papel, de nossa responsabilidade e de
nosso poder como organiza‡Æo, sob pena de perdemos o referencial pol¡tico e
‚tico.

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