9 meses!
Desde 1º. de dezembro, os servidores do BC deveriam estar usufruindo os benefícios do acordo formalizado em novembro/2007 e, desde 1º. de julho deste ano, o acordo formalizado em junho/2008; são exatos 244 dias de atraso ou 9 longos e angustiantes meses de espera e de procrastinação.
Como todos sabem, recursos existem, pois estão destinados, no orçamento, para a finalidade!
Mas não chegou, ainda, à conta de cada servidor, muitos dos quais, senão a maioria, arcando com elevados encargos do cheque especial, dos cartões de crédito, do consignado e, em muitos casos, pesados compromissos com familiares.
Ao tratar com descaso o servidor do Banco Central, o governo se esquece dos incomensuráveis benefícios que a ação, silenciosa e anônima, de cada um de nós tem trazido à sociedade brasileira e à imagem do próprio governo.
Somos uma carreira típica de estado: entra governo, sai governo, continuamos cumprindo nossos deveres e obrigações, com o mesmo afinco e dedicação, pois servimos, sobretudo, à sociedade brasileira que nos remunera.
Nós, servidores do Banco Central, temos dignidade e profissionalismo!
Não desejamos suplantar qualquer lei ou regulamento. Queremos muito pouco: que se cumpra o que foi acordado e formalizado na mesa de negociações.
Durante todo o período de negociações, no decorrer deste ano de 2008, mantivemos a serenidade e a categoria entendeu e aprovou a nossa proposta de trabalho. Estivemos em todas as frentes de luta: nas assembléias, nas reuniões, no Congresso, no Executivo, com as demais entidades sindicais e nas rodadas de negociação.
No entanto, a ansiedade e o esgotamento imperam, e a paciência se esgota: manifestações de desagrado, de pessimismo e de descrença estão por toda parte.
E quem perde com isso?
Perde, em primeiro lugar, a sociedade, que vê no servidor do Bacen alguém desalentado e sem ânimo, porque ferido em seu brio.
Perde a Instituição que tem um quadro desmotivado, sem perspectiva, com a produtividade aquém da real capacidade.
Perde o Governo que fixa uma imagem muito negativa pelo descumprimento amiúde de seus compromissos para com os servidores; infelizmente, não só do Banco Central – inúmeras categorias passam pelo mesmo dissabor.
São nove meses.
Pergunta-se, pelos corredores e copas do Banco: que governo é esse que não respeita contratos ou acordos? O que esperar do futuro?
Desalentados, muitos fazem chacota e riem da própria situação: endividados, ansiosos, pressionados e, o pior, sem ter a quem recorrer, pois tem visto o SINAL se desdobrar na busca de uma solução que teima em não aparecer.
Neste 31 de julho, faz nove meses: é um marco!
Quem sabe, agora vem à luz a Medida Provisória tão ansiosamente aguardada por todos.