Edição 0 - 22/08/2003

ESCREVEU, NÃO LEU …

"Com o epis¢dio, fica-se sabendo: 1) As
nomea‡äes para  reas t‚cnicas sÆo pol¡ticas. 2) Votou com o PT, tem cargo; nÆo
votou, j  era. 3) O pau est  comendo entre as tendˆncias do PT. A Articula‡Æo,
de Jos‚ Dirceu e Jos‚ Genoino, est  mais radical no poder do que os radicais que
sempre combateu internamente no partido.

Que o PT queira expulsar ou punir os petistas
infi‚is ao governo com instrumentos partid rios v  l , mas usar cargos at‚ do
Minist‚rio da Sa£de? Andrade, o demitido, falou em fascismo. Dif¡cil discordar."

Assim se refere a colunista Eliane Cantanhˆde na Folha de SÆo
Paulo de hoje, … demissÆo do marido da Deputada Maninha (PT/DF). Ant“nio Carlos
de Andrade, diretor da Funda‡Æo Nacional de Sa£de, foi o alvo do primeiro (virÆo
outros, segundo divulga a m¡dia) gesto de retalia‡Æo do governo contra os
deputados de sua base que se abstiveram de votar (ou votaram contra) na reforma
da Previdˆncia.

Andrade ‚ servidor concursado do Minist‚rio da Sa£de, um dos
fundadores do PT, secret rio-geral do partido no Distrito Federal e
ex-secret rio de Administra‡Æo no governo Cristovam Buarque. Foi castigado "por
tabela", sem que um crit‚rio t‚cnico para tal houvesse sido levantado.

Essa parece ser mais uma caracter¡stica do "estilo PT" de
governar: "escreveu, nÆo leu, o pau comeu". Como se nÆo fossem suficientes, aos
olhos cada vez mais esbugalhados da popula‡Æo que o elegeu, os "toma-l -d -c ",
as manobras pol¡ticas, os "acertos" de bastidores que vˆm marcando a aprova‡Æo
da reforma desde seus prim¢rdios. Como se nÆo se estivessem tornando
recorrentes, tamb‚m, os artif¡cios usados pelo Presidente da Rep£blica para
fugir aos encontros com a popula‡Æo, como ocorreu ontem, quando teve que se
refugiar no cassino dos oficiais, na base a‚rea de Bel‚m, para nÆo enfrentar um
protesto de servidores paraenses.

O texto aprovado na Cƒmara ‚ considerado "importante" pelo
governo, entre outros motivos, porque acaba com os "maraj s" do servi‡o p£blico,
conforme declarou ontem o Presidente Luiz In cio.

Proposta essa que, ali s, vem sendo, aqui e ali, criticada
pelo Senado – seu pr¢ximo avaliador. Do qual alguns membros, apesar do empenho
do governo para que ela seja aprovada sem senäes na Casa, entendem que deve
haver discussäes mais aprofundadas sobre alguns temas "mal resolvidos" (como o
subteto dos servidores do Executivo nos Estados e munic¡pios).

Diz a Folha de ontem que "O pr¢prio
presidente do Senado, Jos‚ Sarney (PMDB-AP), anfitriÆo do encontro de Berzoini
com senadores do bloco governista (PT, PSB, PTB e PL), do PMDB e do PPS, afirmou
depois que a Casa ainda precisa ser "convencida" a aprovar o texto da
reforma que sair  da Cƒmara."
Diz ainda mais que, "nos
bastidores, peemedebistas dizem que as resistˆncias no partido em rela‡Æo …
reforma da Previdˆncia estÆo relacionadas diretamente …s negocia‡äes com o
Planalto para integrar formalmente a base governista.

Com o preenchimento de cargos, o atendimento de pleitos e a solu‡Æo de
problemas regionais, a expectativa ‚ que a maioria da bancada vote a favor da
reforma."
(*)

Como se pode mais uma vez constatar, barganhas. Que continuam
na ComissÆo Especial onde est  sendo votado hoje o relat¢rio da reforma
tribut ria, contra a qual votarÆo representantes do PFL e PSDB, que estÆo ao
lado dos governadores no pleito da divisÆo da CPMF do governo federal com os
Estados. Como se sabe, a prorroga‡Æo da vigˆncia da taxa ‚ a maior preocupa‡Æo
do governo na reforma (ela garante uma receita anual de R$ 24 bilhäes), e sua
partilha com os demais componentes da federa‡Æo tem sido veementemente
descartada pelo Presidente e ministros da  rea econ“mica.

Os parlamentares oposicionistas que deram seu voto ao governo
quando da reforma da Previdˆncia prometem retalia‡Æo, caso seu pleito (aquele
dos governadores) nÆo seja atendido. Mas, neste caso, a "fuma‡a" da briga
promete muni‡Æo para o segundo turno da reforma da previdˆncia.

O que, somado ao que noticiamos abaixo, pode dar ainda muito
o que fazer ao governo, mas tamb‚m algum al¡vio aos servidores nessa truculenta
e ditadora proposta.

(*) Folha de SÆo Paulo, 21.8.03 ("Senado quer mudar
previdenci ria")

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