Edição 0 - 15/09/2003

Um “apanhado” dos acontecimentos em torno da conquista do PCS

Estamos hoje, todos sentados …s nossas mesas, voltando …s
atividades rotineiras e aguardando o desfecho – a assinatura, afinal – do acordo
para ESTE Plano de Cargos e Sal rios, por que v¡nhamos brigando h  tanto tempo.

A luta nÆo acabou: o ganho nÆo foi equƒnime e restaram muitas
pendˆncias. Algumas por intransigˆncia do governo, outras por limites
or‡ament rios do momento ou por impedimentos legais (teto salarial, por
exemplo).

O PCS conseguido est  longe de ser uma unanimidade, no que
tange ao entendimento do ganho pessoal de cada um. Houve quem ganhasse mais e
quem ganhasse menos com o resultado final. O universo funcional do Bacen, al‚m
do mais, ‚ complexo e envolve v rios segmentos profissionais que implicam em
interesses distintos.

Foi, por‚m, o poss¡vel para este momento. Conseguimos um
aumento do patamar inicial, o que implica em lutas futuras – que mais lutas
virÆo, com certeza – por complementos, e nÆo por um "buraco" que, a essa altura,
ter  dobrado de tamanho. Se o recus ssemos, NADA viria, e as tratativas teriam
que recome‡ar quando o governo assim decidisse, j  que ele havia posto um ponto
final no limite para as negocia‡äes. E mais: o or‡amento federal deste ano j 
est  no Congresso para an lise, o que provavelmente postergaria a implanta‡Æo de
um novo PCS para, no m¡nimo, 2005.

O governo j  disse e tem feito aquilo a que veio: juntar
dinheiro para o super vit. NÆo nos devemos iludir, portanto: se o Banco Central,
atravessando v rios governos anteriores, nÆo teve valorizado financeiramente o
trabalho de seu funcionalismo, nÆo seria agora – com essa pol¡tica e com tantas
categorias pleiteando ganhos salariais – que o "milagre" aconteceria, mormente
quando o "caixa" do Banco faz parte do "cofre" maior do governo federal.

Quando nÆo est vamos enquadrados no RJU, e o Banco ainda
tinha um or‡amento pr¢prio, encontramos diretores de Administra‡Æo que foram
mais ou menos sens¡veis aos pleitos funcionais. Sob uns ou outros, no entanto,
nunca houve um Plano de Cargos que agradasse … unanimidade funcional.

Agora, no RJU, quando o Banco tem ainda menos possibilidade
or‡ament ria pr¢pria, o resultado conseguido na Mesa deve ser encarado como uma
vit¢ria, a despeito de suas deficiˆncias. Temos um ganho consider vel, por
exemplo, na incorpora‡Æo de parte da GABC ao VB: todo o funcionalismo ativo
se encontra hoje sob amea‡a da implanta‡Æo da Reforma da Previdˆncia e sua
regulamenta‡Æo por leis ordin rias posteriores, que, entre outras "p‚rolas"
indefinidas, poder  trazer uma integralidade "nÆo integral" e uma "paridade
parcial", tamb‚m, que nÆo englobe a GABC.

Houve um entendimento da maioria de que era "pegar ou
largar", e isso nÆo se deveu a uma "capitula‡Æo", … desistˆncia da luta, ao
cansa‡o de todos.

Houve, sim, um in‚dito sentimento majorit rio de que lutamos
juntos, finalmente, por, simplesmente, JUSTI€A. Demo-nos conta de que nÆo cabia
mais agir como avestruzes, enfiando a cabe‡a no buraco do conformismo a que nos
vimos entregando h  tanto tempo.

Vimo-nos como CATEGORIA BANCO CENTRAL, esse ¢rgÆo p£blico que
presta bons e relevantes servi‡os e nÆo tem sido tratado com o devido respeito
quando se trata de receber a contrapartida financeira pelo seu trabalho.

Vimos muitos comissionados solid rios, fosse por terem
aderido francamente …s paralisa‡äes, fosse pela negocia‡Æo da entrada no Banco,
nas regionais maiores, dos contratados; vimos, al‚m de uma forte presen‡a nas
paralisa‡äes, de um modo geral, a bela resistˆncia do pessoal do Mecir e a
adesÆo maci‡a do funcionalismo em Bras¡lia.

Foi, portanto, mais uma vit¢ria a reconstru‡Æo da unidade dos
servidores do Bacen, h  muito tempo destru¡da. Retornamos … consciˆncia de que
temos todos que estar engajados na mesma luta; de que nela nÆo podem existir
funcion rios de primeira e segunda categorias; de que nÆo pode haver distin‡Æo
entre n¢s; de que nÆo podem existir servi‡os ou atividades mais ou menos
importantes. Consciˆncia de que nÆo deve haver "divisäes": de gerentes e
comandados, antigos e novos, funcion rios da sede e regionais – todos somos
igualmente importantes para os servi‡os que prestamos … sociedade.

Discussäes in£meras, debates acalorados, divergˆncia de
opiniäes, horas de espera pelos encontros com o Comitˆ, foram muitas as reuniäes
para se chegar aqui: com o Banco, com o governo, entre os sindicatos.

Vale dizer, por isso, que sai refor‡ada tamb‚m desta luta
vitoriosa a figura dos sindicatos, com o seu papel fundamental na atualidade do
servidor p£blico brasileiro. Com as restri‡äes legais a que nos sujeitamos,
dentro do novo perfil que se delineia para o Estado, o Banco Central, como
empregador, est  submetido a uma "camisa-de-for‡a". A atua‡Æo do sindicato, como
porta-voz do funcionalismo, passa nessas circunstƒncias a ter um peso especial,
mormente vendo-se apoiado, neste momento, por essa sensa‡Æo de vit¢ria coesa
obtida por uma unidade funcional fortalecida.

Estamos todos de "alma lavada": funcion rios, sindicatos, o
Banco Central.

Parab‚ns a n¢s !

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