Edição 0 - 15/12/2003

NO BC, O DESMONTE CAUSADO PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA JÁ COMEÇOU

Um "estrago" emocional. Isso ‚ o que a aposenta‡Æo
"compuls¢ria" faz em cada um. ·s v‚speras do Natal, a sa¡da melanc¢lica –
repentina e ainda nÆo elaborada – substitui a alegria do despedir-se
festivamente, caracter¡stica dos que sentem o dever integralmente cumprido. O
fecho "mal digerido" de uma vida inteira de dedica‡Æo tolda os projetos futuros
para a benvinda etapa do "¢cio merecido".

O impacto sobre a institui‡Æo em breve se far  sentir,
principalmente com a sa¡da de muitos das mesmas unidades e, a despeito de o
Banco j  haver solicitado, desde 2003, autoriza‡Æo para realizar concursos, o
trabalho especializado, a experiˆncia e a capacidade individual dos servidores
nÆo serÆo f cil nem brevemente substitu¡das.

Conforme nos informa o Linha Direta 48/03, do dia 12.12, 283
servidores do BC deixaram a institui‡Æo, por aposentadoria, at‚ … v‚spera da
edi‡Æo daquele informativo.

O pr¢prio Banco admite que a corrida para se aposentar
come‡ou quando os servidores tomaram conhecimento do item da reforma que
propunha o aumento da idade h bil para isso (60, homens, 55, mulheres) e a
aplica‡Æo de redutor, por ano antecipado, para quem nÆo quisesse trabalhar at‚
l  (no caso do BC, as piores hip¢teses variavam o tempo de trabalho extra entre
7 e 10 anos).

Foram pessoas que, certamente j  prejudicadas pela EC-20/98,
se recusaram a pagar novamente o pre‡o de mais anos de trabalho, num Banco
Central que, desde a reestrutura‡Æo de 1999, nÆo apresentava est¡mulos,
principalmente para os servidores em fim de carreira.

Grande parte do funcionalismo vai, por‚m, permanecer mais
tempo. SerÆo mais 7, mais 10 anos para muitos. E, para corresponder … reversÆo
desse quadro de desapontamento e ausˆncia de expectativas, a dire‡Æo do BC ter 
a oportunidade de exercer um papel fundamental.

De rever, entre outras atitudes, seus preconceitos quanto ao
pessoal "da antiga", com 30 anos de servi‡o mas sem a idade preconizada na
reforma. Com sal rios achatados h  anos por conta do teto e sem perspectiva de
subir mais na carreira, tˆm ficado de fora da indica‡Æo para cursos externos,
por exemplo.

Os "antigos" do BC, pela reforma da Previdˆncia, nÆo sÆo tÆo
antigos assim, j  que precisam ficar mais 7, 10, 12 anos at‚ se aposentarem. Da¡
merecerem o mesmo tratamento dos novos: vÆo ficar mais tempo; tˆm que ficar,
portanto, mais motivados.

A motiva‡Æo vale para novos, tamb‚m, vale para todos os
servidores do BC "p¢s-99", quando a centraliza‡Æo de atividades em Bras¡lia e
SÆo Paulo deixou de contar com a capacita‡Æo dos servidores regionais.

A dire‡Æo do Banco Central tem que pensar r pido em solu‡äes
criativas para reverter o desapontamento de todos: os antigos, com a perspectiva
de trabalhar "sem perspectiva"; os novos, com o esvaziamento de seu potencial,
vista a centraliza‡Æo das atividades na Sede e em SP.

NÆo viria sem tempo esse Banco Central "repensado", voltado
para os recursos humanos especializados que lhe restarÆo, agora que a reforma da
Previdˆncia foi finalmente aprovada.

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