CUT quer negociar com Lula o reajuste do Servidor
(Assessoria de imprensa do SINAL)
A CUT anunciou que pretende discutir o reajuste salarial do funcionalismo federal com o pr¢prio Lula. A entidade solicitou uma audiˆncia com o presidente e com o ministro da Fazenda, Antonio Palloci, com dois objetivos: agilizar a defini‡Æo do reajuste e pedir uma suplementa‡Æo or‡ament ria para o funcionalismo de R$ 1 bilhÆo.
A estrat‚gia ‚ arriscada. O or‡amento da UniÆo reservou apenas R$ 1,5 bilhÆo para o reajuste linear do servidor, o que possibilita uma reposi‡Æo de apenas 2,6%. Caso a CUT consiga esse R$ 1 bilhÆo extra, o reajuste chegaria a 4,3%, ainda muito abaixo da infla‡Æo de 2003 (9,56%, segundo o Dieese).
H ainda uma questÆo pol¡tica bastante delicada: a £ltima plen ria nacional das entidades federais, realizada em Bras¡lia no dia 15 de fevereiro, desautorizou a CUT a fazer qualquer tipo de negocia‡Æo com o governo sem a expressa autoriza‡Æo dos servidores. A mesma plen ria decidiu que a categoria nÆo vai abrir mÆo de um reajuste emergencial de 50,19%, que abrange as perdas salariais de junho de 1998 a dezembro de 2003.
A CUT, se conseguir agendar a tal audiˆncia, estar agindo por conta pr¢pria e defendendo uma id‚ia – a suplementa‡Æo or‡ament ria – que nem foi discutida na plen ria nacional.
At‚ o momento, a postura da CUT nÆo ‚ nada favor vel aos funcion rios do BC. A Central manifestou sua simpatia por uma das propostas alternativas do governo, que prevˆ um reajuste linear baix¡ssimo (0,1%) e uma gratifica‡Æo de desempenho entre 5 e 25% para a massa do funcionalismo federal, ou seja, aqueles que recebem os sal rios mais baixos. Alega a CUT que esta proposta tem o m‚rito de corrigir diferen‡as de tratamento do funcionalismo existentes desde a era FHC.
O erro da Central, aqui, ‚ confundir gratifica‡Æo com reposi‡Æo de perdas. O ¡ndice emergencial de 59,19%, pesquisado pelo Dieese, nunca considerou as gratifica‡äes; mesmo porque essas, al‚m de nÆo serem extensivas a todo o funcionalismo, sÆo, no setor p£blico, o equivalente aos ganhos de produtividade obtidos pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Essa campanha salarial, pelo visto, vai ser muito confusa.