Edição 64 - 15/05/2012

Sinal-DF institui Plano de Previdência para seus Funcionários

Aparecida

A reivindicação dos funcionários do Sinal-DF foi apresentada por ocasião da negociação de reajuste salarial e aprovada na Reunião do Conselho Regional de 21-9-2011, conforme ata publicada na página do Sinal-DF. O percentual máximo adotado para contribuição paritária é o mesmo defendido pelo Sinal-DF para os servidores nas emendas ao projeto do Funpresp. A contribuição incidirá sobre o salário-base do funcionário (opção feita pelo próprio grupo), será descontada em folha e terá o aporte equivalente por parte do Sinal-DF.

Houve alguma demora na implementação, pois o Sinal-DF consultou a Centrus sobre a possibilidade de um plano específico para os funcionários do Sinal-DF. Face a resposta negativa, por falta de amparo legal e porte mínimo,  foram procuradas outras alternativas, concluindo-se pela BrasilPrev. Para o Diretor Max Meira, “É uma questão de justiça e de cultura de poupança para o futuro. Cabe ao empregador os incentivos adequados para uma escolha intertemporal inteligente”, conclui Max.

Aparecida Godinho de Barros trabalha há quase 23 anos para o Sinal-DF. A técnica de contabilidade foi contratada em agosto de 1989, menos de um ano após a criação do sindicato. Nesses anos de trabalho, Aparecida passou por todas as gestões, trabalhando com todos os presidentes do Sinal-DF. Ela viu o sindicato crescer e conhece toda a trajetória de luta dos funcionários do Banco Central do Brasil.

Em 2012, após 28 anos de contribuição para o INSS, essa tímida mineira está mais feliz que nunca. Ela realizou um sonho, a aprovação da previdência para os funcionários do Sinal-DF, luta que ela encabeçava há pelo menos dois anos.

 

A seguir, entrevista com a mais antiga funcionária do Sinal-DF.

Sinal: Aparecida, como você começou a trabalhar no Sinal-DF?

Aparecida: Eu tinha 30 anos e trabalhava em um escritório de advocacia. Soube que um sindicato precisava de uma técnica de contabilidade e tentei a entrevista. Era agosto de 1989, eu tinha apenas um ano de Brasília. Fui aprovada e quase chorei de felicidade. Minha família ficou muito feliz com meu novo trabalho, e eu também, claro.

Sinal: Então esse ano você faz 23 anos de Sinal-DF? Como foi acompanhar toda a trajetória do sindicato?

Aparecida: Sim, logo vou fazer 23 anos de casa. E se Deus quiser farei muitos outros aniversários de serviço. É muito bom trabalhar aqui. Estou aqui desde o início, conheci todos os presidentes que o sindicato já teve. Vi todas as gestões. No início era uma salinha de aluguel com uma mesa e um telefone que haviam sido doados por funcionários do Banco Central. Os outros funcionários brincam comigo que eu sou parte da história do sindicato, e é meio que isso mesmo. Eu vi de perto o crescimento daqui, sempre acompanhei a luta dos funcionários do BC. Minha vida profissional toda foi no Sinal-DF.

Sinal: Nunca pensou em ter outro emprego?

Aparecida: Sabe que não. Aqui dentro eu me qualifiquei, aprendi a utilizar o computador, aprendi novas técnicas de contabilidade. Sempre foi muito bom estar aqui. Quando eu ganhei meu filho eu já trabalhava aqui. Comprei uma casa, um carro, hoje pago a faculdade do meu filho, tudo com o Sinal. Minha vida é isso aqui, uma segunda casa praticamente. Pra você ter ideia, meu filho quando pequeno dizia “Vou trabalhar no Sinal, mãe, junto com você”. E eu dizia: “Você será servidor do Banco Central e eu vou ajudar na sua causa”.

Sinal: E a previdência, como surgiu essa ideia?

Aparecida: Em 2010 teve o 3º Encontro Nacional dos Funcionários do Sinal. Lá, em contato com os outros colegas, de outras filiais, discutimos e resolvemos reivindicar uma unificação de preço de ticket, salário, auxílio creche e outros benefícios. Também ali surgiu essa ideia da previdência. Eu sei o quanto é importante essa segurança para quem trabalha em um local onde o chefe pode mudar a cada dois anos. Eu te confesso, a cada novo presidente eu sentia um aperto pensando que podia perder meu emprego que eu tanto gosto.

Nós fizemos a proposta na gestão passada, sem encontrar apoio e agora nesta. Esta gestão nos apresentou uma contraproposta, em um modelo diferente do que havíamos pensando inicialmente, mas que era justo e por fim nos agradou. Em setembro do ano passado nós conseguimos a previdência, mas ela vai começar pra valer esse mês.

Sinal: E como funciona a previdência dos funcionários do Sinal-DF?

Aparecida: É assim, nós contribuímos com 11% do salário e em contrapartida o sindicato oferece o mesmo valor para previdência.

Alguns funcionários, eu entres eles, optaram por iniciar o plano desde setembro de 2011, data em que o Conselho Regional aprovou a implementação do Plano de Previdência. Aí estamos juntando um dinheirinho todo mês para o depósito inicial e o sindicato vai depositar o mesmo valor também. Mas o desconto dos 11% passa a valer para todos os funcionários do Sinal-DF a partir de agora.

E sabe, essa minha luta, meu engajamento para conseguirmos a previdência aqui no Sinal-DF é mais pelos meninos novos que por mim. Em 2014 farei 30 anos de contribuição, acho que não irei me aposentar não, mas nunca se sabe. De qualquer forma não terei tanto tempo pra juntar dinheiro. Mas para eles isso vai ser muito bom, eles vão ver quando estiverem com 50 anos. Eu vejo essa previdência como a maior conquista que nós já tivemos.

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