Edição 66 - 31/05/2012

Assembleia de 30 de maio reúne cerca de 600 servidores

A Assembleia Geral Nacional do Sinal, feita em conjunto com o Sintbacen e com a participação do Sindsep-DF reuniu cerca de 600 servidores do Banco Central em Brasília para decidir sobre o encaminhamento do movimento conjunto com outras 19 entidades representantes das carreiras de Estado a partir do dia 18 de junho. Essas carreiras se mobilizaram nacionalmente ontem em vários estados em protesto contra a imobilidade do governo nas mesas de negociações em 2012.

O procurador José Augusto, diretor Social da Associação dos Procuradores do Banco Central – APBC participou do evento representando a associação e parabenizou a capacidade de mobilização dos servidores do Banco Central em prol da defesa da remuneração na instituição.

O dirigente do Sinal-DF Max Meira defendeu o indicativo de paralisação como forma de pressionar o Ministério do Planejamento a levar a sério as negociações feitas com as entidades representativas. A questão foi colocada em votação e obteve aprovação da quase totalidade dos presentes.

A assembleia foi marcada também por vários pronunciamentos de filiados sobre a questão do descomissionamento em massa dos assessores júnior e de ocupante de funções comissionadas da área de segurança. O Conselheiro do Sinal-DF, Auriel Marques, criticou principalmente a forma como foi feita a extinção das comissões, agredindo valores institucionais como transparência e ética: “Não se retira a comissão de 263 servidores sem um aviso, sem uma conversa prévia”. Esse sentimento foi compartilhado por muitos servidores que participaram da assembleia. Alguns também questionaram o mérito, pois muitos dos descomissionados deveriam estar recebendo comissão maior, pela importância do trabalho que exercem. Os descomissionados ficaram sabendo do do fim de suas comissões apenas após publicação do decreto no Diário Oficial da União. Os servidores consideraram isso um desrespeito no trato humano e profissional. Vários se pronunciaram sobre a necessidade de um canal permanente de negociação entre administração e servidores para evitar episódios como esse. Outros sugeriam seminários conjuntos entre sindicatos, servidores e gestão do Banco Central, sobre modelos de gestão mais democráticos e eficientes. A elaboração de moção de repúdio ao Banco Central pela forma com que foi conduzido o processo foi colocada em votação e aprovada por ampla maioria. A moção será assinada pelas três entidades sindicais. Sinal, Sintbacen e Sindsep-DF, que farão texto de repúdio a ser divulgado em nome dos servidores do Banco Central.

Outro problema apresentado foi a questão da exposição das informações pessoais dos servidores. A preocupação dos servidores é que a exposição dos dados pessoais pode fragilizar a segurança de todos. “Eu sou mulher, solteira, vivo só, não tenho segurança paga como a ministra, estou mais exposta à má fé dos bandidos e agora tenho o Estado para facilitar a ação deles”, disse uma filiada. O presidente do Sinal-DF esclareceu que levou esta questão ao Diretor de Administração, que compartilhou da preocupação e afirmou que preferiria não divulgar nomes e sim os números de matricula. Mas o diretor informou que esta questão esta fora de sua alçada, pois será definida por comissão do governo. Além do nome, existe o risco de publicação do número do CPF. Diante dessas informações, foi proposta moção de repúdio ao governo e à comissão responsável pela implementação da lei de acesso à informação, que está inclinada a divulgar o nome, CPF e salário bruto dos servidores do BC expondo-os a riscos à sua integridade física e patrimonial e facilitando a falsificação de documentos e cartões de crédito. A moção recebeu aprovação da quase totalidade dos presentes.

Como a discussão foi mais intensa e extensa que na assembleia anterior, o servidor do Banco Central acabou não tendo tempo de apreciar a voz da cantora Lucia de Maria, acompanhada do violão de Gilberto. O Sinal-DF contratou os músicos para entreter a todos durante a mobilização. Para melhor aproveitamento da dupla, o Sinal-DF combinou com a cantora Lucia a possibilidade de um encontro musical com Cássia Portugal antes do início da próxima assembléia, dia 18 de junho.

O Secretário de Organização e Patrimônio do Sindsep-DF, solicitou a inclusão de sua entidade nas assembleias conjuntas e também que fosse votado um rodízio na condução dessas assembleias. Como os servidores já estavam se retirando, foi combinado que o assunto será levado à votação na próxima assembleia.

Sobre esta questão, o Sinal-DF entende que a união e participação de todos os servidores do Banco Central é o caminho para uma mobilização que sensibilize a administração do Banco para a defesa da remuneração de seus servidores. No entanto, por exigência estatutária, as assembleias Gerais do Sinal devem ser conduzidas pelo presidente do Sinal Regional, ou por um conselheiro regional eleito. Respeitamos todas as associações e sindicatos e o direito democrático dos servidores do Banco se associarem e se filiarem de acordo com seus interesses.

Cabe lembrar que o Sinal tem entre seus filiados representantes de todos os servidores do Banco Central, técnicos, analistas e procuradores, contando com mais de 6.000 filiados em todo o Brasil e aproximadamente 1.400 em Brasília, ao passo que as outras entidades envolvidas possuem atuação distinta. O Sintbacen representa apenas os técnicos, enquanto o Sindsep-DF  o interesse de várias outras carreiras de servidores que não são as Carreiras Típicas de Estado, não estando portanto focado apenas no Banco Central.  Existe  ainda uma disparidade numérica entre a quantidade de filiados de cada uma das entidades sindicais envolvidas nos debates, pois o Sintbacen e Sindsep não chegam a 1.000 servidores filiados.

Dessa forma, no nosso entendimento, devemos sim estar todos juntos e unidos nas assembleias, mas a condução do movimento de mobilização deve estar a cargo da entidade mais representativa e que engloba todos os cargos e carreiras do BCB – o Sinal.

O Sinal-DF reafirma seu compromisso por lutar por equiparação da remuneração do Banco Central com aquela paga às carreiras da Receita Federal e da Advocacia Geral.
 

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