A CAMPANHA SALARIAL 2004 ESQUENTA
"Veja, ilustre funcion rio,
O servidor temer rio,
Que o senhor tem a seu lado.
Pensava nem ser mais gente,
Salvou-o seu grito candente:
O Lula foi quem ficou assustado." (*)
Versinhos de meados do s‚culo passado inspiram o SINAL a escrever mais uma vez a vocˆ, servidor do Banco Central, para lembrar que o governo do pa¡s do "Quem grita, leva" j concedeu mais um reajuste a funcion rios nessa base, digamos assim, "tosca", de negociar, mas que, segundo aparenta, funciona no Brasil.
17% – e nÆo Z-E-R-O, como para n¢s – foram sinalizados para os policiais federais, em greve h mais de um mˆs. T‚cnicos da Receita Federal, fiscais da Agricultura, procuradores do Banco Central – de h bitos pac¡ficos -, at‚ os militares (!) viram calorosos len‡os brancos governamentais acenando apaziguadoramente na sua dire‡Æo.
O governo parece saber que ‚ infinitamente mais barato reajustar seus servidores do que agentar os preju¡zos de uma greve. Sabe principalmente que os grandes "gastos" de dinheiro do pa¡s sÆo feitos com a corrup‡Æo endˆmica e com o contingenciamento dos juros que ele pr¢prio faz ao FMI. O pagamento do funcionalismo, nesse cen rio, ‚ mis‚ria, ali s.
O Banco Central foi alijado, como outras institui‡äes do governo, de qualquer "conversa" na Mesa Nacional de Negocia‡Æo (!?!?!) Permanente. ZERO … ZERO por cento !
O SINAL come‡ou desde janeiro a solicitar o prometido rein¡cio das negocia‡äes em torno do PCS, e continua a "gritar" pelos servidores do BC. No dia 29 de mar‡o, deu in¡cio a um entendimento conjunto com outras entidades representantes (Vide Apito Brasil 43/04).
Ontem e hoje, ao SINAL e …s associa‡äes e sindicatos de funcion rios do Ciclo de GestÆo juntaram-se as da CVM e SUSEP, reunindo-se todas para definir um calend rio unificado de mobiliza‡Æo.
Esse calend rio ser levado como proposta …s assembl‚ias do SINAL em todo o pa¡s, para decisÆo dos servidores do Banco Central. Ele est assim definido:
ú Dia 20.4 – movimento de paralisa‡Æo, num Dia Nacional de Luta Unificada;
ú Dia 29.4 – paralisa‡Æo nacional, com caravana (partindo das regionais na v‚spera)
a Bras¡lia e concentra‡Æo conjunta no pr‚dio do Minist‚rio da Fazenda;
ú Dia 5.5 – Assembl‚ia Nacional para avalia‡Æo do movimento.
Veja vocˆ: procuradores pintaram faixas e cartazes, postaram-se de p‚ na pra‡a central do Planalto … e levaram seu Projeto de Lei pr¢prio, para vigorar a partir de 1§ de abril. Militares, que nem tinham sido cogitados no reajuste de 2004, realmente nÆo fizeram greve: puseram suas caras-metades para bater panelas por eles, tamb‚m l no Planalto … e j tiveram promessa de revisÆo de soldos. Por lei, acres‡a-se, essa categoria ‚ proibida de fazer greve; mas achou sua pr¢pria maneira de reclamar, nesse Brasil atual onde "quem grita, leva".
Pra vocˆ, ainda aturdido com o novo modus operandi das categorias insatisfeitas do pa¡s, mas que nÆo tem vergonha de lutar pelo que ‚ seu de direito, mÆos … obra: gritando em frente ! Pra vocˆ, que por um ou outro motivo nÆo participa das manifesta‡äes, quem sabe a criatividade dos seus pares servidores nÆo o leva a pensar num outro tipo de "grito" inteligente como o dos militares?
J que hoje "plagiamos" uma estrofinha dos bondes de antanho, podemos dizer, como aquela emissora de TV famosa, alguns anos atr s: "Tente, invente: fa‡a o seu grito ser diferente".
(*) – adapta‡Æo do an£ncio do Rhum Creosotado, rem‚dio para tosse,
usado em cartazes nos bondes do Rio de Janeiro.