Edição 69 - 14/06/2012

Governo enrola mais uma vez

E assim, vai se confirmando a tentativa do Governo de empurrar para o final do prazo, a apresentação de uma proposta irrisória.

Relato da reunião

Ontem foi dia de reunião da Mesa de Negociações. Às 15 horas, as entidades chegaram ao MPOG para ouvir mais uma vez do Secretário Sergio Mendonça, que “nada poderia dizer no momento”.

Segundo o Secretário, o intervalo de um mês desde o último encontro teria sido insuficiente para produzir qualquer proposta concreta e que a falta de tempo “não teria sido decorrente da intensificação das negociações com os professores, que se encontram atualmente em greve”, como aventaram os sindicatos.

Sergio Mendonça repetiu o argumento da incerteza econômica, a qual recomendaria cautela no momento.

Disse que a política de redução dos juros – novamente o Banco Central no coração da política de governo – deve produzir um resultado interessante mais adiante, mas seus efeitos ainda não são sentidos.

Os sindicatos, nessa rodada capitaneados por Sergio Belsito (SINAL) e Léo Cléo (SINDCVM), argumentaram que têm agido com responsabilidade, mas após 12 reuniões – 8 em 2011 – e três Dias Nacionais de Advertência e Protesto, a ausência de qualquer proposição só empurra os servidores para recrudescer a mobilização!

Belsito destacou a forte mobilização que vem acorrendo nas regionais do BCB, e ressaltou o Ato ocorrido ontem em São Paulo, que reuniu diversas carreiras de Estado, fato comprovando com o farto material fotográfico apresentado, e ressaltou que o “discurso da crise”, longe de desanuviar tensões, só afasta a ideia de uma política salarial permanente, causando desconforto a todos.

Belsito ponderou também que o pedido de tabela única, pauta da última reunião, poderia superar as distorções de carreiras e tornar harmônico o convívio dentro do Banco Central entre especialistas e procuradores, por exemplo.

Nada havendo de concreto, a bancada sindical se retirou, afirmando que perante a encenação do Governo, não marcaria nova reunião, mas aguardaria, crescentemente mobilizada, uma iniciativa do governo em oferecer algo de concreto.

Ao final, refutando um comentário do Secretário sobre a possibilidade de eclosão de greves, os líderes sindicais contrarrestaram que, além do instrumento tradicional da greve, existem formas igualmente eficazes de causar incômodo diante da inação do governo.

Hoje, ocorrerá nova reunião da Mesa com as entidades sindicais restantes e, amanhã, 15.6, as entidades representativas das carreiras de Estado se reunirão para avaliar o atual quadro e apontar rumos para a campanha salarial tendo como base o indicativo de paralisação aprovado a partir do dia 18.6, quando as regionais do BCB realizarão assembleia para tratar dessa proposta.


ASSEMBLEIA GERAL

18.6 – 10h – Entrada do prédio da ADRJA

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