Edição 0 - 19/04/2004

SERVIDORES QUEREM GREVE

(Assessoria de imprensa do SINAL)

10 de maio. Esta ‚ a data marcada para o in¡cio da greve nacional unificada do funcionalismo. A paralisa‡Æo foi decidida ontem, em Bras¡lia, na Plen ria Nacional dos Servidores, em resposta … proposta vergonhosa de reajuste diferenciado apresentada pelo governo. Desde janeiro, a Plen ria vinha renovando o indicativo de greve. Nesse meio tempo, as entidades aguardaram uma resposta do Executivo … sua pauta de reivindica‡äes (apresentada no ano passado!). Como o Planalto continua ignorando solenemente esta pauta e insiste em discriminar os aposentados, a £nica op‡Æo que resta ‚ cruzar os bra‡os.

No encontro de ontem, que reuniu 402 sindicalistas de todo o pa¡s, a aprova‡Æo da greve foi praticamente unƒnime. Mas, at‚ chegar … vota‡Æo desse ponto, houve uma discussÆo tensa onde, mais uma vez, as diferen‡as se deram em fun‡Æo da CUT e seu apoio ao "companheiro" Lula. Desta vez, o complicador foi a £ltima resolu‡Æo oficial da entidade, que considerou um "avan‡o" a proposta do governo apresentada no in¡cio de abril. Uma representante do grupo majorit rio da CUT, a Articula‡Æo, disse que a resolu‡Æo foi votada, inclusive, por membros da Executiva Nacional da Central que agora estavam criticando o seu teor. O grupo minorit rio respondeu que isso era mentira, que o texto final da resolu‡Æo havia sido alterado.ÿ

A divisÆo foi tamanha que, em determinado momento, metade dos delegados se levantou para gritar: "A CUT, a CUT ‚ do peÆo, nÆo ‚ um aparelho da Articula‡Æo". Em resposta, os dirigentes da Articula‡Æo contra-atacavam com o grito "Central énica dos Trabalhadores", que tanto marcou uma ‚poca em que a CUT esteve bem perto de ser, de fato, a central £nica.

Felizmente, esse momento lament vel foi superado. Uma das vozes da lucidez na Plen ria foi a presidente da Unafisco Sindical, Maria Lucia Fatorelli. Ela afirmou que o objetivo daquele encontro era, em primeiro lugar, organizar a luta dos trabalhadores. Em fun‡Æo disso, Fatorelli defendeu que a Coordena‡Æo Nacional do movimento deveria apoiar as categorias que j  estÆo em greve (caso dos auditores da Receita)ÿe que poderiam ficar intimidadas pelas repres lias que o governo pode lhes impor. Suas palavras nÆo poderiam ser mais apropriadas, inclusive para os servidores do Banco Central, que pararam o Meio Circulante do Rio no £ltimo dia 14.

Fatorelli prop“s tamb‚m uma forte campanha de m¡dia para explicar os motivos da greve … popula‡Æo. A sociedade, segundo ela, precisa saber que os servidores nÆo sÆo privilegiados e que todos os trabalhadores, sobretudo os desempregados, sÆo v¡timas desse modelo econ“mico que se preocupa, tÆo-somente, em pagar os juros da d¡vida p£blicaÿe, com isso, preservar o lucro dos banqueiros.

A preocupa‡Æo da presidente da Unafisco faz sentido porque o Planalto vai valer-se da m¡dia para isolar os servidores. Conta, inclusive, com o criminoso aumento do risco-pa¡s, decretado pelo banco JP Morgan porque o governo estaria sendo "permissivo com o aumento dos servidores". A campanha de m¡dia, nesse contexto, ‚ questÆo-chave para o ˆxito da greve.

O calend rio tamb‚m. Decidiu-se, entÆo, que a greve unificada come‡a em 10 de maio, respeitadas as decisäes espec¡ficas daquelas categorias que j  estÆo paradas. Na pr tica, os movimentos paredistas em curso irÆo abrir as portas para a grande greve do pr¢ximo mˆs.

Enfim, a Plen ria termina colocando todas as cartas na mesa. Para amanhÆ, est  marcada mais uma reuniÆo da Mesa Nacional de Negocia‡Æo Permanente, em Bras¡lia, quando as entidades dirÆo ao governo que recusam terminantemente a sua proposta de reajuste diferenciado.

Agora ‚ greve.

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