Edição 141 – 15/9/2015

Reunião imediata


Enquanto na concorrida assembleia vespertina de Brasília, oradores daquela sede apresentavam considerações pela aceitação da última proposta governamental, de 21,3% em quatro anos, os ministros Barbosa e Levy iam à TV piorar aquilo que já parecia o fim dos tempos.

Ainda não requereram os fundos das igrejas nem a coleta dos mendicantes, mas atacaram pesadamente a dignidade dos brasileiros que ao serviço público se dedicam, com ameaças de extinguir o abono permanência (“pé na cova”, no jargão popular), proibir concursos públicos por três anos, demitir prestadores contratados, aumentar impostos e, mais sensível ao nosso bolso, congelar por mais oito meses o salário dos servidores, aplicando a subcorreção de 5,5% somente em agosto, com efeitos financeiros em setembro de 2016!

Um dia depois de a Presidente da República garantir de público que não vetaria o reajuste do servidor, sua equipe vem a público desonrar a palavra dada. Um esforço de guerra? Não, o país não beligera com nenhum dos seus vizinhos. Tudo pelo social? Não, a assistência aos mais necessitados também sofrerá cortes. Então para onde vai o parco dinheiro? Para desatolar o Brasil da recessão em que se afunda é que não pode ser.

Em Salvador, Belo Horizonte, Recife e São Paulo foram realizadas assembleias informativas. A capital paulista já amanhece paralisada, enquanto as outras avaliam pela manhã o indicativo paredista do Sinal. Informes e deliberação sobre greve também estão em pauta hoje no Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e Porto Alegre.

Na tarde de hoje, tanto o Fonacate como o Fórum dos Servidores Públicos Federais reúnem-se para tratativas de ação conjunta, ante o grave quadro que se anuncia para nós e para o país.

Mais arrocho, menos consumo. Menos consumo, menos emprego e renda. Dá para engolir uma dessas? Vamos prosseguir em luta pelas pautas geral e específica.

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