Edição 124 – 14/7/2017
Sete anos de arrocho; prejuízo menor não é lucro
O Corrosômetro é o indicador ideal para que não caia no esquecimento a verdadeira situação salarial dos servidores do Banco Central do Brasil, que reflete em muito a de todos os servidores públicos federais, sob o risco de passarmos a acreditar que, com a queda dos índices inflacionários, o acordo assinado com o Governo em 2015 tornou-se, em um repente, vultoso e vantajoso.
Tudo leva a crer que chegaremos ao final deste ano com uma defasagem de 21,5% em relação ao patamar salarial alcançado em julho de 2010, ou seja, precisaríamos de um reajuste desta grandeza para reconquistar nosso poder de compra de sete anos atrás.
Outra constatação é a de que a perda acumulada estimada no período de julho de 2010 a dezembro de 2017 equivale a 15,5 salários, em valores atuais, que deixamos de receber. Uma conta simples que nos dá a dimensão do significativo prejuízo conferido a nossa vida pessoal.
O arrocho salarial tem sido constante e tende a piorar, pois com a Emenda Constitucional nº 95/2016, que instituiu o Novo Regime Fiscal, estabelecendo teto para os gastos públicos, o prenúncio de um recrudescimento das ações governamentais para as próximas negociações é iminente e faz com que já acendamos o sinal de alerta.
Para complicar ainda mais nosso futuro próximo, temos que nos preocupar com proposições inaceitáveis, no âmbito do BCB, como a implantação de um novo sistema contributivo para o Programa de Assistência à Saúde dos Servidores do Banco Central (PASBC), que representará, na prática, uma redução expressiva em nossos salários.
O Sinal está atento e tudo fará para não só recuperar as perdas passadas, como e, principalmente, para conseguir avanços remuneratórios que nos devolvam, externamente, a equiparação com as categorias que executam funções, como as nossas, estratégicas para o Estado e, internamente, entre as carreiras existentes no BCB, para que não haja servidores de segunda classe na instituição.
Diante desse quadro, é preciso que estejamos unidos e prontos para reagir às ameaças que se apresentam. Só coletivamente poderemos congregar a força necessária para defender nossa sobrevivência financeira.