Prezados Presidente e Diretores do Banco Central do Brasil,

Os servidores do Banco Central do Brasil em Brasília, reunidos em Assembleia Geral Regional na tarde do dia 4 de setembro, decidiram encaminhar esta carta aberta à direção do Banco Central do Brasil e a seu presidente, expressando sua inquietação quanto à forma como o ajuste de gasto vem sendo implementado na Instituição, a partir de setembro.

Esses servidores, responsáveis pela análise e pela implementação de políticas que garantam a estabilidade de preços e do Sistema Financeiro, não são contra o ajuste dos gastos públicos. Eles compreendem a importância de se fazer cortes de gastos em algumas ocasiões e sabem que estes ajustes facilitam a política monetária, permitindo taxas de juros mais baixas, que é interesse do servidor do Banco e de toda sociedade Brasileira.

No entanto, os servidores do Banco Central sabem o que é um ajuste fiscal, sério, planejado e de longo prazo. Que não é o caso do corte de gastos que está sendo feito nos últimos quatro meses de 2013. Reduzir 23% do orçamento de custeio do Banco previsto para um ano em apenas quatro meses significa reduzir quase 70% do orçamento de custeio para estes quatro meses restantes. Isto não é possível, mesmo que haja muitos gastos desnecessários e desperdícios, o que não é o caso dessa Instituição.

Quem conhece a estrutura do Banco Central sabe que este já trabalha com orçamento justo, com grande contenção de recursos. Reduzir quase 70% do orçamento significa na verdade uma desestruturação, um desmonte do trabalho realizado pela instituição.

A insatisfação do servidor do Banco Central em Brasília reflete sua preocupação com a própria manutenção da qualidade dos serviços prestados pela Instituição para a sociedade Brasileira.

Os servidores entendem como irracional a forma como está sendo implementado o corte de gastos e o ajuste fiscal. Sabem que não adianta o Banco Central promover um forte ajuste de gastos, se o conjunto da administração pública federal não estiver envolvida no mesmo esforço. Uma economia de R$ 40 ou R$ 50 milhões não vai mudar o quadro da economia brasileira nos próximos quatro meses, mas pode inviabilizar muitas ações da Instituição que presta serviços tão importantes para a sociedade brasileira.

Os servidores de Brasília entendem que é necessário defender um caminho alternativo.

Brasília, 24 de setembro de 2013.

Sinal – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central

Seção Regional Brasília