Edição 236 - 18/12/2024
SINAL repudia organização do evento desta manhã no Banco Central
O primeiro contato entre o futuro presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, e os servidores da Casa se mostrou uma verdadeira sucessão de equívocos. A postura adotada pela organização do evento, realizado na manhã desta quarta-feira, 18 de dezembro, com transmissão para os servidores ativos de todo o país, se mostrou no mínimo lamentável.
Primeiramente, merece nota negativa a concentração do discurso em defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/2023. A não concessão de espaço adequado para o contraditório é uma atitude flagrantemente antidemocrática, ao ignorar o resultado da votação eletrônica em que mais de 74% dos participantes se manifestaram contrariamente à matéria. Mesmo apenas entre os servidores ativos da Casa, a PEC 65/2023 restou derrotada, com 51% dos votos.
A manobra, uma clara “pregação pró-PEC”, parece tentar convencer os servidores a abraçarem uma causa já rejeitada por grande parte deles. E neste sentido, o SINAL reforçará o enfrentamento nas variadas frentes, haja vista os prejuízos decorrentes de uma eventual aprovação da matéria para o desempenho das atividades do BC e para a economia nacional.
Diferente do que tradicionalmente ocorre, o Sindicato, legítimo representante da categoria, não foi convidado para uma fala inicial na atividade. Se o fosse, certamente se manifestaria contra a PEC 65/2023, com toda a intensidade que o tema merece, haja vista o resultado bastante expressivo na votação que aferiu a vontade da categoria quanto ao tema.
Vale lembrar que o debate democrático dos assuntos de interesse de todos é primordial para uma gestão bem-sucedida e, infelizmente, o primeiro encontro entre o novo presidente e o corpo funcional não se mostrou eficiente neste primeiro ponto. O SINAL entende que este não deve ser o modus operandi da nova gestão e espera que, nas próximas oportunidades, os equívocos vistos hoje sejam corrigidos.