Sociedade vai às ruas dizer “não” às reformas previdenciária e trabalhista
Cem anos após a primeira grande paralisação geral no Brasil, servidores públicos, trabalhadores da iniciativa privada e representantes de diversos movimentos sociais ocuparam as ruas em todos os estados do país, no último dia 28 de abril. Além de defender garantias sob ameaça, devido às reformas previdenciária e trabalhista em trâmite no Legislativo, o movimento demonstrou, ainda, insatisfação com a precarização das relações de trabalho provocada pela recém-aprovada lei que permite terceirizações num contexto amplo.
Os servidores do Banco Central, em todas as regionais, aprovaram em Assembleia Geral Nacional (AGN) participar da greve, inserindo-se entre aqueles que não aceitam ver seus direitos fragilizados.
Em Brasília, junto ao Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), representantes do Sinal participaram de ato na Esplanada dos Ministérios. Segundo Daro Piffer, presidente nacional do Sindicato na ocasião, o objetivo das reformas em pauta é apenas um: “Jogar o povo à mercê dos agentes para os quais o governo trabalha”, observou. Ainda de acordo com ele, “caso as matérias sejam aprovadas, não será mais possível chamar a Constituição federal de cidadã”, pontuou.
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira, 1º de maio, mostra que 71% da sociedade brasileira está contra a reforma da Previdência e 64% julga a reforma trabalhista como privilegiando mais os patrões que os trabalhadores.
A Comissão Especial da Reforma da Previdência pretende nas sessões desta semana, a começar por hoje, 2, concluir discussão da PEC287/2016 e levá-la à votação em seu âmbito. O Fonacate, entidade da qual o Sinal é membro, trabalha junto às lideranças partidárias para apresentar “destaques de bancada”, visando aprovar as suas emendas que ainda não foram acolhidas pelo relator da Comissão, deputado Arthur Maia (PPS/BA).
A reforma trabalhista, já aprovada na Câmara dos Deputados, foi encaminhada no último dia 28 de abril para apreciação do Senado Federal.