UM CONTO DE HORROR CARIOCA
LIVE DO SINAL-RJ
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UM CONTO DE HORROR CARIOCA
O congolês Moïse Kabamgabe chegou ao Brasil em 2011 junto com seus três irmãos.
Eles vieram em busca de segurança, em razão do conflito entre as etnias Hema e Lendu na República Democrática do Congo.
Mais de 10 anos depois, Moïse se tornou vítima da violência do país que adotou.
Em 24 de janeiro, o jovem foi espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).
O motivo: segundo relatos de familiares da vítima, o congolês foi agredido por cobrar duas diárias, que somavam R$ 200,00, de serviços prestados no quiosque em que trabalhou na Barra.
Um trabalhador precarizado em busca do dinheiro que lhe deviam.
Segundo a Orla Rio, concessionária dos quiosques, o quiosque Tropicália, onde trabalhava Möide, era ocupado irregularmente por um PM do 41º BPM, já que arrendou irregularmente do locatário legal.
Dentre as irregularidades identificadas estão a não comprovação da regularização dos funcionários, falta de observância das normas sanitárias e inadimplência.
Moïse era negro, refugiado, um estrangeiro que ainda falava com sotaque, um trabalhador avulso, sem qualquer contrato ou garantia trabalhista.
Difícil imaginar situação mais precária.
Ele foi espancado e morto por três pessoas que trabalhariam no referido quiosque.
Se estes três atacaram cruelmente a vítima por cerca de 15 minutos, pelo menos outras quatro pessoas assistiram à brutalidade sem qualquer reação.
Em que momento Moïse perdeu a condição de ser humano, para ser tratado e morto como um animal selvagem, ou seja, amarrado e espancado até a morte?
A resposta é que Moïse nunca perdeu esta condição!
Ele fugiu da guerra em seu país, que já possuía histórico de um genocídio brutal em 1994 (então Ruanda).
Ele se estabeleceu aqui e conseguiu trazer a sua mãe.
Refez a sua vida em nosso país, enfrentando o preconceito contra a sua cor, a sua origem estrangeira e até contra o sotaque de sua língua.
Quando lemos sobre migrações da espécie humana nos livros de história, é sobre este tipo de gente que estamos falando.
A principal pergunta é: quando perderam a humanidade aqueles que o mataram?
E o que dizer daqueles que só assistiram o desenrolar do massacre?
Quando eles não reconheceram em Moïse um ser humano, e no seu pedido, a mais justa das demandas: a paga pelo seu trabalho.
A indiferença com as necessidades de um trabalhador, a desumanização do seu trabalho, o festejo do capital rentista cujos lucros são extraídos acima de tudo pelo corte dos empregos e dos benefícios trabalhistas também criam o nosso mundo irreal e desumano onde o extermínio de empregos varre vidas humanas para debaixo do tapete da economia.
O PM que gere o quiosque onde Moïse foi assassinado só não vai receber o troféu de “microempreendedor do ano” porque em nossa sociedade sangue e cinismo não devem se misturar.
Não pega bem para os negócios.
Mas não se iluda, o assassinato de Moïse não é uma exceção no nosso país.
Ele apenas virou manchete internacional porque aconteceu num quiosque da Barra da Tijuca, ou seja, de frente para o mar, fato imperdoável num balneário mundialmente famoso como o nosso.
O Sinal-RJ se solidariza com os familiares deste trabalhador assassinado, e aqui ratifica a sua promessa de, como um Sindicato, sempre procurar dar voz aos trabalhadores que lutam por seus direitos.
Mesmo o mais elementar de todos, o da vida, que foi tão covardemente arrancado de Moïse.
Que Moïse seja sempre lembrado por aqueles que acreditam que a vida de um trabalhador significa muito mais do que apenas um custo na planilha de produção.
MODELO DE E-MAIL A SER ENVIADO AO PRESIDENTE DO BANCO,
À DIRETORA DE ADMINISTRAÇÃO E AO CHEFE DO DEPES.
ASSUNTO: REAJUSTE SALARIAL URGENTE!!!
presidencia@bcb.gov.br
secre.dirad@bcb.gov.br
gabin.depes@bcb.gov.br
Solicito sua urgente tomada de providências com vistas ao Reajuste Salarial dos Servidores do Banco. Entramos no terceiro ano sem Reajuste Salarial, frente a uma inflação que só no ano passado superou os 10%. É de 26,3 salários a perda acumulada de agosto-2010 a outubro-2021. O Sr., dirigente maior de uma Instituição do Estado Brasileiro tão bem sucedida e premiada, nacional e internacionalmente, não deve fechar os olhos diante da grave erosão salarial de quem produz tais resultados, os Servidores do Banco. Não dá mais para esperar! No aguardo de sua urgente manifestação. |
ATÉ QUANDO?
O gráfico ilustra a defasagem salarial em relação ao patamar de julho de 2010, considerando as três parcelas de reajuste de 5%, concedidas em janeiro de 2013, 2014 e 2015, as parcelas de 5,5%, em agosto de 2016, 6,98%, em janeiro de 2017, 6,64%, em janeiro de 2018, e 6,31%, em janeiro de 2019, conforme acordos celebrados com o governo.
Ressalta o corrosômetro a estimativa1 da perda salarial acumulada de agosto de 2010 a outubro de 2021, em termos de quantidade de salários atuais, deixados de receber no período.
1 Somatória das defasagens salariais (incluem as do 13º salário) calculadas em cada um dos meses do período, corrigidas pela variação do IPCA acumulado até outubro de 2021.
19 de novembro de 2021.
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