Edição 1114 – 25/06/2020

Vamos falar sobre a excelência dos servidores do Banco Central?

Como se não bastasse o drama da pandemia que vivemos, no Brasil, diferentemente do resto do mundo, temos que lutar contra um governo para conseguir fazer o isolamento necessário e o servidor público, principal agente nos momentos de crise, ao invés do obter reconhecimento, é incessantemente agredido.

Em tempos de tanta agressão ao serviço público, nós do Banco Central sentimos orgulho dos serviços que prestamos. Vamos falar sobre a excelência dos servidores do BCB?

Você deve estar acompanhando em nossas redes (se ainda não viu, vale conferir – FB e IG) a campanha #OrgulhodeserBancoCentral, que enaltece algumas ações dos servidores do BCB, tanto relacionadas à Pandemia, quanto aos diversos sistemas e iniciativas propostos e disponibilizados ao longo dos anos.

A ideia é, além de demonstrar nosso orgulho de fazer parte dessa instituição de excelência, descontruir a tese de que qualidade no serviço público é exceção. As carreiras de estado são, reconhecidamente, qualificadas e produtivas. O Banco Central exporta tecnologia bancária para instituições financeiras e coleciona prêmios, além de ser referência mundial no desenvolvimento de vários sistemas, como o SPB, o SCR e o Bacen-Jud, e agora, em fase de lançamento, o PIX.

O Banco Central, assim como outras instituições públicas, é há décadas celeiro de mentes que brilham e inovam todos os dias. Não à toa, avalia-se que o tempo médio de preparação para o concurso é de 2 anos, dado o montante de conteúdo para ser apreendido, sobre áreas diversas, como economia, matemática financeira, estatística e finanças, dentre outras. E é, vale lembrar, uma das seleções mais difíceis da atualidade. Isso tudo porque o selecionado precisa estar preparado para regular, supervisionar, fiscalizar e punir, se necessário, entes do mercado financeiro. Precisa estar apto a desenvolver sistemas tecnológicos e de segurança de ponta. E precisa estar atualizado, com capacitações constantes, e se manter motivado para não corrermos o risco de perder talentos para a iniciativa privada.

Muito nos preocupa que esteja tão fortemente incutido no consenso coletivo que “se é público, não é bom. Se é bom, não parece público”. Essa narrativa precisa ser descontruída. E é nosso dever, enquanto servidores, trabalhar para que esse ciclo equivocado se rompa. Ciclo esse, corroborado por algumas áreas de governo, em campanha permanente para desqualificar o serviço público e, desta forma, viabilizar reformas que enfraquecem as instituições. Essa tese prejudica não só os servidores, mas toda a população. Sem instituições fortes, não há regulamentação, fiscalização, nem serviço de excelência.

O que por si só já seria impensável, num momento de pandemia se torna catastrófico. É em momentos de crise que as instituições fortes aparecem, as soluções rápidas para amenizar seus efeitos são desenvolvidas e a fiscalização e regulação se tornam ainda mais tempestivas. E muitas vezes, o Estado não tem orçamento suficiente para fazer propaganda contrária, interrompendo, assim, esse pensamento equivocado, fruto do total desconhecimento sobre a realidade do setor público. Nosso foco é na entrega, que muitas vezes passa despercebida pela população em geral, o que é aproveitado pelo atual governo para reforçar a ideia de inatividade, por falta de caráter, de conhecimento ou excesso de ideologia radical de direita, depois de tanto condenar o extremo oposto. Óbvio que há processos a serem melhorados, mas esso não se não resolve com cortes e reduções lineares em organizações que já trabalham na direção do orçamento chamado “base zero”, por exemplo. Onde a quantidade de servidores vem diminuindo ano a ano sem a devida reposição.  Muito menos com campanhas difamatórias.

Competência e excelência são construções que levam anos.

Aqui não tem o que cortar.

O que precisamos é de maior autonomia, respeito, transparência. Resultados devem ser sempre exigidos, mas boas performances precisam ser reconhecidas e respeitadas.

Não há desenvolvimento e qualidade de vida sem um estado bem dimensionado e moderno.

Nem estado mínimo, nem estado em excesso.

Por um Estado cidadão e eficiente.

Compartilhe nossos posts das redes sociais com o maior número de pessoas. Amigos, familiares, colegas precisam saber a verdade sobre o serviço prestado por nós.

Vamos reverter essa imagem.

Andréia Medeiros
Presidente do Conselho Regional
Seção Regional Brasília

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