Edição 79 – 11/6/2015

“Volta, Meirelles”


O comportamento da autoridade autárquica no dia de ontem merece um capítulo à parte nesta história toda.

Cercado de forte segurança e isolado como que num cofre na sua própria casa – a sede do BC no Rio! – o presidente Tombini esteve na cidade maravilhosa para o principal evento internacional das comemorações do cinquentenário do Banco Central.

Com convites restritos, os colegas cariocas foram barrados no baile. Mesmo aqueles escalados para o cerimonial foram substituídos de última hora por colegas da Secre e do Deseg lotados em Brasília. Desrespeito aos servidores do Rio que se prepararam longamente para a tarefa e ao contingenciamento de custos, pois treinamentos foram desperdiçados e viagens desnecessárias foram feitas.

Nem mesmo longe da plateia, em alguma sala das amplas instalações da sede original do BC, o presidente Tombini recebeu a representação dos servidores. O mais próximo que o Sinal conseguiu chegar foi para a entrega de Apitos impressos a dois de seus assessores.

O evento nem terminou tão tarde assim. Pouco passava das 18 horas quando um corso, com seguranças também a pé, no melhor estilo cinematográfico, saiu pelos fundos do Banco, onde servidores ainda aguardavam uma oportunidade de conversar. Embora o estridente apito carioca avisasse ao líder do cortejo o sentido em que deveria se movimentar, os motoristas constrangeram o presidente do BC e demais autoridades a trafegarem na contramão.

Ante o protesto sonoro, uma janela se abriu e o ocupante do veículo saudou os manifestantes: era o antecessor de Tombini, Henrique Meirelles, que nunca se furtou a nos receber.

Foi nesse momento que se ouviu:

– Volta, Meirelles.

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