Edição 81 - de 22/11/2018

Sindicato? Para que serve?

Nenhum Sindicato, que assim possa ser chamado, sobrevive sem representatividade, pois sua única força reside no fato de que consegue agregar indivíduos de uma categoria profissional, com seus problemas específicos, ou seja, a mobilização dos trabalhadores é indispensável para construir uma posição de poder para o Sindicato de uma categoria.

Os Sindicatos, sofrem, como as demais associações civis, pelo desinteresse de participação dos seus representados. As campanhas que enfatizam interesses materiais diretos já possuem fraco apoio, e, quando se referem a direitos humanos ou justiça social, então, são francamente ignoradas.

A Receita Federal se tornou um símbolo de patamar remuneratório a ser alcançado nesta Autarquia. Entretanto, é curioso observar que, de forma paradoxal, nossa categoria não está disposta a fazer qualquer movimentação sindical (paralisações, operação tartaruga etc.) como as que são corriqueiramente utilizadas pelo Sindicato daquela Instituição. No pain, just gain parece ser o seu mantra.

A verdade é que a insatisfação da maioria dos servidores pouco tem a ver com o Modelo de Sindicato, tendo mais a ver, sim, com a visão de que estes são ineficazes em provocar mais retornos salariais. Creem que a importância suprema das atividades desempenhadas no BCB já deveria ser argumento de sobra para acoplá-los ao padrão remuneratório da Receita, e não entendem como tal fato não sensibiliza os políticos de plantão.

Com relação ao poder da representatividade, este poder pode ser partilhado em Conselhos (Regionais ou Nacional) ou concentrado em uma posição-chave (Presidente, Secretário-Geral etc.). O problema é que os detentores de posições-chave nem sempre têm interesse em mudar a forma de atuar do Sindicato ou em organizar os trabalhadores, porque isso, por exemplo, pode minar o seu próprio poder na organização ao criar novas lideranças. Sindicatos estruturados desta forma, habitualmente, apresentam uma grande resistência à mudança.

Na próxima AND do Sinal, encontramos pessoas que literalmente pretendem dar um tiro no próprio pé. Propõem a concentração do poder na mão de poucas pessoas (ocupando posições-chave), o que, como vimos, não terá o menor efeito sobre a participação dos associados, mas que propiciará, isto sim, um Modelo mais avesso às necessárias mudanças no nosso Sindicato. 

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