Edição 004 - 10/01/2022

O que nos une? O que queremos?

 

Não é necessário desfiar aqui as premiações do BACEN que lhes conferem um lugar de excelência não apenas no Brasil, mas também internacionalmente.

Todos indicam que estas conquistas são imprescindíveis para a criação de um Sistema Financeiro moderno e eficiente.

As perguntas que faltam são muito simples: isto significa que vivemos num país moderno e eficiente? Os níveis de gestão de políticas públicas do Executivo, do Legislativo e do Judiciário são compatíveis com o tamanho e as necessidades do nosso país?

Todos sabemos muito bem que não.

Alguns preferem se iludir, racionalizando que já fazem a sua parte e que no fundo não somos responsáveis pelo que acontece no país. No fundo nem eles acreditam nisto.

Não precisa ser um gênio para perceber que já faz um bom tempo que a desgovernança aumenta no Estado Brasileiro e que continuamos rolando ribanceira abaixo.

A questão fundamental hoje  é o que fazer para impedir um desastre ainda pior no ano que se inicia.

A peça orçamentária de 2022 é um escárnio: promoveu um calote nos precatórios, criou um fundo partidário bilionário, manteve e aumentou um orçamento secreto, sem nenhuma transparência, no Legislativo e, por fim, algo inédito na República, negociou uma verba orçamentária para dar reajuste exclusivamente aos policiais.

A medida provocou indignação de quem acompanha com zelo as contas públicas. “Complemento de voto do relator do orçamento traz reajuste salarial para policiais. Desculpem, mas isso é festa da cocada”, escreveu, nas redes sociais, o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto.

Como bem cantou o nosso imortal poeta Gonzaguinha:

“A gente não tem cara de panaca, a gente não tem jeito de babaca,

“A gente não está com a bunda exposta na janela pra passar a mão nela.”

Ora, a gente quer viver pleno direito, a gente quer viver todo respeito, e isto significa não aceitar esta ignomínia que querem nos impingir.

Para isto é a seguinte a Pauta Negocial Conjunta do Sinal, SintBacen e ANBCB:

1) Reajuste salarial por subsídio para Analistas e Técnicos no mesmo patamar da PF (Peritos e Agentes);

2) Nível Superior para Técnicos;

3) Analistas, Técnicos e Procuradores do BC reconhecidos em Lei como Cargos Típicos de Estado;

4) CENTRUS como uma opção de aposentadoria complementar;

5) Novas prerrogativas e funções em Lei para o Cargo de Analista; e

6) Novo denominação para o Cargo de Analista.

É importante compreender que obviamente existem outras demandas das Carreiras do BACEN, Servidores da Ativa e Servidores Aposentados, mas que neste momento a busca de uma ação conjunta com outras Categorias profissionais exige concisão na Pauta.

Não queremos mais promessas, o início do diálogo passa previamente por uma solução para o nosso reajuste salarial, não sendo admitido nada inferior ao que está sendo concedido aos Policiais Federais.

Não há desculpa para omissão ou passividade.

Nosso último reajuste parcelado foi fruto de um acordo com o Governo em 2016.

Nada cairá do céu.

A Receita Federal já votou e iniciou paralisações que já começam a afetar a fiscalização das cargas que entram no país, formando filas de caminhões nas fronteiras. Por isso o governador de Roraima, já procurou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tentar abrir a negociação entre o governo federal e os auditores.

E o Banco Central?

Se quiser “tirar a dita cuja da janela” é preciso planejar a nossa paralisação no dia 18!

Participe da paralisação do dia 18!!!

ATÉ QUANDO?

O gráfico ilustra a defasagem salarial em relação ao patamar de julho de 2010, considerando as três parcelas de reajuste de 5%, concedidas em janeiro de 2013, 2014 e 2015, as parcelas de 5,5%, em agosto de 2016, 6,98%, em janeiro de 2017, 6,64%, em janeiro de 2018, e 6,31%, em janeiro de 2019, conforme acordos celebrados com o governo.Ressalta o corrosômetro a estimativa1  da perda salarial acumulada de agosto de 2010 a outubro de 2021, em termos de quantidade de salários atuais, deixados de receber no período.

1 Somatória das defasagens salariais (incluem as do 13º salário) calculadas em cada um dos meses do período, corrigidas pela variação do IPCA acumulado até outubro de 2021.

19 de novembro de 2021.

 

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