Edição 69 - 13/06/2007

Meirelles, cadê a melhor proposta?

Caiu a máscara do decantado poder de Meirelles.
Muita encenação e nenhum resultado

Nem o mais incrédulo dos funcionários do Bacen poderia imaginar o que ocorreu ontem durante a reunião da Mesa.

A expectativa que se tinha no início da reunião, apoiada no compromisso do presidente- banqueiro de que faria articulações para melhorar a proposta, se desfez em poucos minutos.

O Secretário Duvanier, negociador estreante do Governo, com renovada arrogância, ficou durante 4 horas rodando em círculos, falando em "objetividade", mas sem apresentar nenhuma nova proposta e batendo pé no desconto pecuniário dos dias em greve.

Ao final, foi levantada pelo enrolador oficial, uma tênue possibilidade de aumento "tendendo a zero" em dez.07 e que o desconto pecuniário "não seria de 100%". Ou seja, para o aumento o patamar é 0 %, mas para o desconto, o patamar é 100%. Ora, isso não é hora para piada, Secretário!

Porém, o mais repugnante foi a tentativa de comprometer o SINAL e demais entidades sindicais com a concordância do desconto dos dias em greve, tentando incluir este item no acordo de reposição salarial, no que foram prontamente rechaçados por nossos representantes, pois princípios não se negociam, muito embora esse seja um tema de difícil entendimento pela bancada adversária.

O que esperar? O que fazer?

Que o governo Lula chegou a um nível de rebaixamento impensável para quem se formou em meio a greves, é fato.

Que Meirelles fez um grande fiasco por nada ter conseguido, é fato.

Mas, o que não se admite é a tentativa de envolver os funcionários do Bacen no jogo sujo de descontar o salário de quem, reconhecidamente, tenta fazer valer os seus direitos.

E quanto ao esvaziado presidente Meirelles? Como ficam agora os 15 dias a mais, para os quais nos foi pedido "serenidade para não comprometer as gestões"?

O mínimo que se espera é que Meirelles esclareça, o quanto antes, o que está acontecendo, pois, caso contrário, estará abrindo as portas para o caos se instalar no Bacen, e fazer a então "ilha de excelência", se transformar num mar de revolta.

Continuaremos firmes e decididos. Não nos intimidamos com atitudes de "embusteiros oficiais", que não têm coragem de assumir seus atos perversos e tentam fazer o funcionalismo de escudo.

Meirelles não pode mais se omitir. Ou faz valer agora a sua propalada força política ou reconhece publicamente a sua fraqueza no âmbito governamental e sai de campo derrotado.

Assembléia – Amanhã – 14.06 – 10 horas

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