BOCA PAULISTA ELETRÔNICO nº 15, de 19.02.08: Banco Central do Brasil – Aquele que o mundo financeiro vive a elogiar ou Aquele que é tratado pelo governo com um descaso incomum
BOCA PAULISTA ELETRÔNICO São Paulo, 19 de fevereiro de 2008 – nº 15 |
BANCO CENTRAL DO BRASIL Aquele que o mundo financeiro vive a elogiar ou Aquele que é tratado pelo governo com um descaso incomum O ano terminou, o Congresso Nacional entrou e saiu de seu recesso, veio e foi-se embora o Carnaval, e nós, servidores do Banco Central do Brasil, continuamos como no início do ano de 2007: tentando fazer com que o Governo Federal cumpra um compromisso. Desta vez, no entanto, há um agravante: a inadimplência do Governo Federal já está consumada. Pelo acordo assinado, nos meses de dezembro/07 e janeiro/08, os índices acordados já deveriam ter sido incorporados aos nossos salários. O que nos espanta em todas as conversas que temos com as mais diversas autoridades, desde o Presidente, Henrique Meirelles, e o Diretor de Administração, Anthero Meirelles, até senadores, deputados federais, assessores parlamentares e sindicalistas de outros órgãos federais, é que todos, sem exceção, elogiam sobremaneira o corpo funcional do BC, considerado de extrema qualidade e competência. Ora, a Instituição nada mais é do que seus trabalhadores e os serviços por eles desenvolvidos diariamente. Por meio de seu trabalho, o servidor do BC assegura que a cúpula do governo esteja suficientemente embasada em dados e que possa tomar suas decisões com a certeza de que nossas estruturas permanecem sólidas. Afinal, nós, servidores do Banco Central, administramos dados que permitem a execução da política monetária do país; controlamos todo o sistema brasileiro de pagamentos entre as instituições financeiras; fiscalizamos a saúde dessas instituições para afastar qualquer risco de desestabilização da economia interna; saneamos o Sistema Financeiro Nacional para combater o risco sistêmico; cuidamos do estoque de nossas reservas internacionais; administramos o meio circulante nacional; tomamos atitudes para controlar o sistema de metas para a inflação anual; monitoramos as operações comerciais e não-comerciais de câmbio, de forma a manter a regulação e o controle de capitais estrangeiros; desenvolvemos o sistema Bacen Jud, para prestação de serviços e informações instantâneas necessárias ao Poder Judiciário; atendemos às queixas dos consumidores bancários – que não são poucas, mesmo com o sistema de ouvidoria implantado pelos bancos privados -; e exercemos outras tantas tarefas, necessárias ao bom desenvolvimento de nossas atividades-fim. No entanto, lamentavelmente, a importância e a qualidade desse trabalho, embora amplamente reconhecidas, não têm se traduzido em salários compatíveis com nossas competências e responsabilidades. Contra toda a lógica e sensatez, somos, sistematicamente, boicotados e discriminados pelo nosso empregador, o Governo Federal. E tome discriminação! Desta vez, antes mesmo de cumprir o acordo conosco assinado, o Ministério do Planejamento acaba de propor à Receita Federal uma tabela, cujo maior valor será o dobro da atual remuneração dos nossos valorosos analistas em final de carreira. Até quando o não-reconhecimento, o descaso, a insensatez, a discriminação? Até quando o calote? Acordo assinado é para ser cumprido! Conselho Regional do Sinal-SP |
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