Mídia contra o funcionalismo
Do governo Collor até hoje, a visão que a sociedade tem do funcionalismo só tendeu à piora.
Do mis-en-scène do "enfrentamento dos marajás", passando pelos vagabundos de Fernando Henrique Cardoso, chegamos à campanha da grande mídia pelo "Estado enxuto".
O Brasil precisa é de MAIS funcionários, funcionários MAIS DEDICADOS ainda, que atendam BEM a TODOS os cidadãos, em TODAS AS ÁREAS do serviço público.
O Brasil precisa expurgar dos quadros do Estado os maus servidores, muitos dos quais, recentemente, apanhados em flagrantes delituosos contra o Erário: a qualidade do servidor e sua lealdade não têm preço.
No entanto, a grande mídia quer "exorcizar" o país, demonizando os funcionários públicos que o servem.
Dessa forma, omite as diferenças entre os empregos público e privado:
1. o FGTS que o patrão-Estado não deposita durante a vida laboral dos servidores;
2. o percentual para a aposentadoria incidente sobre o total dos proventos;
3. a participação (inexistente, por óbvio)) nos lucros das empresas;
4. a falta de data-base, aliada à não obrigatoriedade do cumprimento de acordos (entre outras).
O Estado oferece as vagas, abre os concursos, o candidato estuda, faz duas, três e até mais tentativas, e finalmente vê reconhecido seu esforço. O que há de errado nisso? Que interesses escusos estão por trás dessa campanha sem trégua?
O Valor Econômico, também, vez por outra cai no entendimento comum da grande mídia, e publica textos que tentam convencer a população de que os funcionários são, sim, uns privilegiados entre os trabalhadores brasileiros.
Leia as matérias cujos links damos abaixo: são ambas de ontem, da mesma edição do Valor. Constate você mesmo o que dizemos.