Edição 78 - 03/08/2007

AUTONOMIA, JÁ

 

Nós, servidores do Banco Central, demos uma demonstração de comprometimento com a Instituição: queremos repor os trabalhos represados!  Está aí o resultado da votação da AGN desta quinta-feira (veja quadro abaixo). 

O comportamento da categoria contrasta com o apresentado pela atual Diretoria. E por quê? 

Porque revemos no seu comportamento, face à negociação dos dias de greve, a habitual falta de compromisso efetivo nos destinos do Bacen. 

Essa é uma conclusão fácil: constatamos outras categorias de servidores obtendo acordos muito mais favoráveis que o ofertado ao BC, e esse fato está diretamente ligado à atenção e envolvimento de seus Gestores. 

Senão, vejamos: o IBAMA conseguiu, do Ministério do Meio Ambiente, a assinatura de um Termo de Compromisso que tem previstos, entre outros, os seguintes procedimentos:

a)     o não desconto dos dias parados referentes aos meses de junho e julho;

b)     a continuidade do processo de negociação sobre aqueles dias;

c)     a restituição INTEGRAL dos valores monetários já descontados em maio, na folha seguinte ao fechamento do acordo (aprazado para os quinze dias seguintes). 

No Ministério da Cultura, sabe-se que seu titular, Gilberto Gil, com um soco na mesa, simplesmente afirmou que não descontaria nada dos grevistas das diversas instituições culturais. 

O que salta aos olhos é a diferença de tratamento das autoridades sob cuja jurisdição direta encontram-se esses funcionários. Os ministros citados  (Meio Ambiente e Cultura)  simplesmente DEFENDERAM seus subordinados.  

Despiram-se do apego ao poder que muitas vezes afeta altas autoridades para encampar as causas daquelas greves – recurso a que, sabemos, não se recorre sem justificativa. 

Muito se discute sobre a autonomia operacional do BC.  Por outro lado, nada se faz pela sua autonomia administrativa.  Pior: delegam-na, a todo instante, como ao leme de uma nau que, sem rumo, necessita de um timoneiro forte. 

Somos responsáveis pela condução da política monetária, que apresenta o mais absoluto sucesso, como já afirmou uma vez o próprio Presidente Meirelles.  No entanto, como o contingente de recursos humanos do BC, somos relegados ao último degrau das prioridades do Órgão. 

Não há mais espaço para tergiversar, não há como ignorar nossa existência e nossos pleitos: neste momento, o tempo urge! 

É disso que o funcionalismo do BC carece, desde o início desta Campanha interminável que incluiu 43 longos e desgastantes dias de paralisação: do empenho efetivo do Ministro, Presidente Meirelles, e do Diretor de Administração, Gustavo Matos. 

Mais que o apego a seus cargos, queremos que nossos dirigentes vistam a camisa do Banco Central, e a hora é ESTA ! 

Para resgatar o clima organizacional desgastado que restou desses 43 dias, é essencial que, minimamente, a Diretoria, na pessoa do seu Presidente, inicie gestões concretas para: 

  • recuperar a autonomia administrativa do Bacen;
     

  • exigir que o Ministério do Planejamento devolva os valores correspondentes aos dias de greve, como o fez com os servidores do IBAMA.

Nossa disposição de luta e nossa capacidade de resistência não se esgotam, pois acreditamos na justeza nossas pretensões: queremos apenas tratamento digno e equânime àquele dispensado às demais categorias.

 

(*1) Propostas, incluindo os itens 1 a 3 do MPOG:

 

  1. Item 1: considerar 40% dos dias em greve descartados por conta do esforço concentrado;
     

  2.  Item 2: 30% dos dias de greve a serem compensados;
     

  3. Item 3: 30% dos dias com desconto em pecúnia, incluídos aí os sete dias já descontados e mais quatro, que o seriam na base de um por mês.
     

  4. não conceder mandato ao SINAL para aceitar desconto em pecúnia

(*2)  Belo Horizonte: a assembléia também propôs por unanimidade a continuação da negociação dos dias parados, não se admitindo qualquer desconto pecuniário. 

(*3) Brasília: a Assembléia deliberou, adicionalmente, por nova assembléia, para decidir sobre a participação na marcha do dia 15.08.2007.

 

(*4) Fortaleza: deliberou-se não se chamar mais assembléia para apresentar proposta que traga alguma forma de desconto em pecúnia, o que foi aprovado por 14 votos a favor e 2 contra.

 

(*5) Recife: deliberada, por unanimidade (35 votos), proposta no sentido de que o SINAL foque a negociação em dois aspectos: esforço concentrado e compensação de horas.
 

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