Submisso aos poderosos, impiedoso com os colegas
Banco Central vive hoje um clima de consternação e revolta. A notícia do arbitrário afastamento da Chefe Adjunta do Deinf, em consequência de sua participação na greve, soou como uma bomba.
Não pelo ato em si, mas pelo que representa: um misto de intolerância e retaliação que atinge diretamente a colega e a esmagadora maioria dos funcionários dessa autarquia.
Não aceitamos esse exemplo de covardia, revestido de autoritarismo. Infelizmente, só irá aumentar o clima de desconforto já existente, decorrente do injusto desconto de nossos salários. Certamente, isso é tudo o de que o Bacen não precisava nesse momento.
Inconformada com o tratamento dado ao Banco Central durante as negociações, e não se intimidando com as posições ostensivamente externadas pela Chefia do Deinf (que chegou a afirmar não concordar com que chefes adjuntos entrassem em greve), a funcionária preferiu seguir a sua consciência, escolhendo ficar ao lado de seus colegas e da Instituição, o que lhe custou o cargo, num ato de dignidade que, infelizmente, faltou ao seu superior.
Entretanto, não podemos nos enganar. A postura que a Diretoria do Bacen vem assumindo nas reuniões da Mesa de Negociação, de submissão às imposições dos "negociadores palacianos", muito tem contribuído para estimular esse comportamento de caça às bruxas, na medida em que alguns chefes, incapazes do ato de comandar, se utilizam da prerrogativa do cargo para coagir seus subalternos.
O SINAL repudia esse ato de perseguição e hostilidade perpetrado pela Chefia do Deinf. Conclama a comunidade baceniana a demonstrar sua indignação a essa agressão, que fere a prática da convivência e do respeito no Banco Central, e que afronta o sagrado direito de greve, preceito constitucional mais uma vez rasgado.
À ex-Chefe Adjunta do Deinf, toda a nossa solidariedade. Com a certeza de que, apesar do inevitável desgaste dessa situação, ela sairá engrandecida do episódio. Demonstrou que, acima das comissões, passíveis de serem tomadas de forma injusta e arbitrária, está a sua honra que, nesse caso, permanece inabalada.