Edição 113 - 09/08/2004

UMA EXPLOSÃO ANUNCIADA

Foi o que se anunciava. Depois de tanto achincalhe por parte do governo, e da omissÆo da Diretoria do Bacen, o funcionalismo explodiu nas assembl‚ias da £ltima sexta-feira.

O SINAL tinha a proposta de aguardar at‚ a pr¢xima ter‡a-feira, v‚spera da (mais uma vez) reuniÆo "decisiva" com os representantes do governo, para deliberar sobre os rumos do movimento do funcionalismo.

No entanto, as manifesta‡äes ardorosas dos servidores nas diversas regionais deram o tom que terminaria por pautar os procedimentos seguintes.

A intransigˆncia do discurso do governo, acrescida da insensibilidade da Diretoria do Banco Central e traduzida na omissÆo que j  se tornou sua marca, empurrou o funcionalismo para a greve por tempo indeterminado.

Nas assembl‚ias, interven‡äes candentes partiram at‚ de funcion rios pouco afeitos a falar em p£blico. Ouviram-se alguns depoimentos que desnudaram a ang£stia de cora‡äes contidos e encontraram eco nos servidores presentes.

Uma onda de protesto, foi isso o que se viu.

O tom foi o de nÆo se aceitar o proposto na forma como est . H  um sentimento comum de que esta ‚ a oportunidade para a solu‡Æo de problemas financeiros recorrentes que se vˆm acumulando de longa data, e de que a intransigˆncia governamental extrapolou os limites.

Para refor‡ar o sentimento de indigna‡Æo que perpassa os servidores, o funcionalismo do Rio de Janeiro, aproveitando a presen‡a de autoridades monet rias naquela cidade no £ltimo dia 6 de agosto – quando a Diretoria comemorava 5 anos de sucesso das Metas de Infla‡Æo – encaminhou-lhes a carta que a seguir transcrevemos.

"

Exmos.Srs.
Dr. Antonio Palocci
MD. Ministro da Fazenda
Dr. Henrique de Campos Meirelles
MD. Presidente do Banco Central do Brasil
e Diretores do Banco Central do Brasil

Prezados Senhores,

Estamos num momento em que o Banco Central se afirma no exterior, colhendo nitidamente frutos de sua pol¡tica de controle das metas inflacion rias e crescimento econ“mico.

 nesse contexto delicado da conjuntura brasileira que os servidores do Banco Central se vˆem numa situa‡Æo in‚dita em suas vidas, pois nunca antes se haviam defrontado com tal falta de perspectiva profissional, fato que vem sendo corroborado pela cont¡nua perda de quadros para outras carreiras na esfera federal e at‚ mesmo para a iniciativa privada.

 paradoxal que esse àrgÆo esteja, por um lado, notabilizado externamente em sua fun‡Æo, e por outro o pr¢prio governo insista em nÆo reconhecer nos seus servidores o mesmo valor profissional das carreiras congˆneres.

Assim, solicitamos a urgente manifesta‡Æo de V.Sas. em favor do corpo funcional deste BACEN, intervindo, junto ao governo, no processo de negocia‡Æo, objetivando a eleva‡Æo do montante necess rio … implementa‡Æo de um Plano de Cargos e Sal rios condizente com as atribui‡äes e a capacidade funcional de seus servidores, ainda em 2004.

Atenciosamente,
S‚rgio da Luz Belsito

Presidente Nacional do SINAL

Observa‡Æo:

no momento em que fechamos esta edi‡Æo, podemos dizer que o movimento do funcionalismo do Banco Central ‚ forte em todas as regionais que se haviam decidido pela greve na £ltima sexta-feira. Apenas Bel‚m e Fortaleza ainda nÆo definiram sua adesÆo."

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