MEU “VÔO DE PAPEL” EM LIVRO ESCOLAR

    Vou contar-lhes esta história começando, digamos assim, pelo final, ou pelo momento do descobrimento do fato que me fez muito, mas muito feliz. Nesta quinta-feira, dia 12.11.2009, quando escrevo este texto, nosso sobrinho neto que estudava em silêncio de repente levantou-se e veio correndo falar comigo. Mostrava-me o bonito livro que a mãe dele, Josiane, que se formará em pedagogia pela Universidade Estácio de Sá, aqui de C. Frio, no próximo ano, havia lhe dado ontem. Ao chegar à página 156 tomou um susto, susto dos bons, dos que nos fazem sorrir de alegria e de amor. Luis Otávio abriu o livro e me mostrou que lá estava meu poema “Vôo de Papel”, por mim escrito em 1999. Nosso sobrinho neto já o lera em sala de aula no ano passado. Conhece-o bem.  Ao confirmar o que ele dizia me senti emocionado e, sem falsa modéstia, condecorado. A parte do livro em que incluíram meu poema se intitula “Asas de Papel”. Meus versos ganharam um destaque que eu não esperava. Senti-me mais honrado ainda ao ver que nas páginas seguintes, fazendo parte do mesmo assunto, está um quadro de Portinari, “Meninos soltando pipa.” Mais à frente, outro quadro do pintor pernambucano Cícero Dias, que faleceu em 2003, em Paris.                            Completando aquela sessão do bonito livro escolar está, em quadrinhos, uma pequena história em que o personagem do grande Ziraldo, o “Menino Maluquinho”, ensina a construir uma pipa. Mais emoção para este velho coração por se encontrar naquele compêndio tão útil e importante em companhias tão ilustres. A Editora é a POSITIVO, de Curitiba, Paraná. Teria sido uma surpresa para mim? Em parte sim, mas o fato é que a Editora me consultara no ano de 2005 pedindo autorização para publicar aquele meu poema em um livro escolar. Claro que concordei e nem poderia ser diferente. Mais de um ano se passou e voltei a escrever-lhes pedindo notícias sobre o tal livro. A resposta foi que por razões meramente burocratas ainda não haviam conseguido editá-lo.  Outro ano mais e nada, então voltei a mandar-lhes um e-mail. Recebi a mesma explicação anterior. Mesmo reconhecendo a boa vontade dos editores e que suas explicações deveriam ser verdadeiras, comecei a achar que o livro não sairia. Deixei o assunto de lado e nunca mais voltei a fazer contato com a Editora.  Estava descrente achando que mais uma vez a burocracia emperraria a realização de um sonho. Um sonho que eu ganhara de presente quando eles me escreveram em 2005 pela primeira vez fazendo a consulta. O tempo se passou e quando eu nem pensava mais no assunto eis que nosso sobrinho neto põe diante de meus olhos incrédulos a concretização do sonho que já parecia impossível. Eu sorri vitorioso. O livro tem venda proibida e é distribuído gratuitamente, sendo considerado como Manuel do Professor. Minha cunhada está para se formar como tal. Mesmo voltado para o mestre sua elaboração facilita em muito aos pais a cobrarem exercícios de seus filhos. Estes, pelo que vi, podem não só aprender como desenvolver raciocínio, interpretações de textos, etc, coisas, cuja falta tanto reclamo no ensino atual. Parabéns aos professores que o elaboraram. Antes de encerrar quero realçar, pelo menos no Capítulo 3, onde se encontra meu poema, a forma como o ensino é conduzido. Por exemplo, onde colocam “Compreendendo o Texto” há 4 questões. Uma pergunta: “Na primeira estrofe do poema por que se fala de asa e de vôo de papel?”  Logo depois vem esta questão: “Explique os seguintes versos: “Faz flutuar no espaço, / Rompendo o mormaço / Com teu braço gigante / De linha ou barbante”… e acrescentam: “Se não souber o significado de alguma palavra, pesquise num dicionário.” — Na de numero 3 faz-se outra indagação: “Na segunda estrofe, fala-se de um “bailado aéreo”. Converse com seus colegas: o que se pode entender disso?” E na quarta questão é feita esta colocação para os alunos: “Nesta mesma estrofe, aparece a expressão “sonhos rivais”. Verifique o que é um “rival” e interprete o que se quer dizer.” — Ao final de cada uma dessas questões há uma orientação ao professor que, na minha visão,  também serve para os pais dedicados a ajudar seus filhos no ensino. Elas estão em letra pequena e em vermelho. Gostei disso. Nesta última questão há uma observação ao mestre ou aos pais atentos ao ensino dos filhos: “Rival quer dizer inimigo. Professor, leve os alunos a entenderem que se trata de competição de pipas, que os sonhos são rivais porque todos desejam vencer.”  Mais adiante há outra dessas sessões com o título de “Produzindo o Texto”. E aqui eu ficaria muitas horas a explicar-lhes tudo de bom, tudo de excelente, merecedor de nossos melhores aplausos que vi no referido livro. Há, repito, uma preocupação constante voltada para uma participação total dos alunos em cada parte do livro dos assuntos ali tratados. A edição é deste ano de 2009. O livro tem 208 páginas, fora as 31 outras, ao final , com uma carta dirigida aos mestres, e todo um Sumário excelentemente elaborado igualmente voltado ao professor. Sinto-me muito honrado de estar presente nesta obra da Editora POSITIVO, de Curitiba, Paraná. Agradeço o breve currículo aposto relativo às minhas atividades ligadas ao ensino e minha participação na Arte Fotográfica. Como me disse hoje a boa amiga Irene Serra, psicóloga, escritora e poeta, editora da revista RIO TOTAL, onde sou colunista do seu coojornal há mais de 9 anos e também estou presente no seu “Expressão Poética”: “Uau, Francisco, Essa foi demais! Para mim, o mais importante dos prêmios que recebeu. Parabéns!” Com certeza, minha amiga Irene, com certeza.

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