Edição 156 – 2/10/2015

Uma semana trabalhando de graça


Por Samuel Oliveira

Enquanto o Sinal trabalha pela reversão do corte de ponto dos servidores que, em busca de seus direitos e melhorias no clima organizacional do BC, sofreram esta injusta pena, permita-nos propor a seguinte ilustração:

Imagine um trabalhador exemplar, que zela pelo bom desenvolvimento de suas atividades, é prestativo e pontual. Agora, imagine que o tal funcionário tenha, mensalmente, cinco dias de trabalho descontados, ou melhor, arrancados à força de sua remuneração, sem mesmo que se dê conta disso. Imagine esta situação durante anos consecutivos. Grande injustiça, não concorda? Por fim, imagine que este alguém pode ser você, servidor do Banco Central.

Corrosometro

O Corrosômetro acima traz à vida real a triste ilustração apresentada, apontando a defasagem salarial sofrida pelos servidores públicos federais em pouco mais de cinco anos.

Em projeção calculada até janeiro de 2016 (note que a estimativa de inflação para 2015 é de “apenas” 9,12% e o reajuste anuncia-se somente para agosto de  2016), serão consolidadas perdas inflacionárias que correspondem a, aproximadamente, 10,3 salários. Isso quer dizer que a cada mês é retirado de seu subsídio, em média, um valor correspondente a cinco dias trabalhados.

E a situação tende a se agravar ante às novas perdas que o governo insiste em impor aos servidores. A inflação é um movimento constante, mas os trabalhadores não têm que pagar o pato. Só a mobilização pode desfazer o que os anos já consumiram.

Entre perdas e cortes, vamos à luta!

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