Apresentamos a versão atualizada do Corrosômetro, onde fica demonstrada a nossa defasagem salarial em relação ao patamar de julho de 2010, considerando os reajustes já recebidos e as parcelas negociadas para janeiro de 2018 e 2019, e a perda salarial acumulada até dezembro de 2017 em termos de quantidade de salários atuais, vigentes desde janeiro de 2017, deixados de receber no período.

A situação de arrocho salarial é patente e dispensaria qualquer comentário, não fossem as recentes ameaças por parte do governo de adiar a concessão da parcela de reajuste acordada para janeiro de 2018, que permitiria uma pequena recuperação na defasagem, quase que como um soluço, que nos faria voltar bem próximos ao patamar de janeiro de 2015.

Mais do que rasgar um acordo assinado, descumprir a Lei 13.327/16, que estabeleceu os termos de nossos reajustes salariais até 2019, essa ameaça é a pá de cal em qualquer expectativa dos servidores do Banco Central e a certeza de que continuaremos cada mais vez mais sufocados, aguardando um reajuste futuro que poderá nunca vir, já que, se não podemos confiar em acordos e leis, não será nenhuma promessa governamental a nos trazer qualquer certeza.

Os servidores públicos federais precisam acordar para a realidade assustadora que se nos apresenta. Estamos sendo passivamente tangidos para o matadouro, sem novos concursos e com Medida Provisória que incentiva a demissão voluntária e Projeto de Lei que institui a demissão por insuficiência de desempenho (veja matéria a seguir), além de ameaças aos reajustes salariais, aos auxílios mais básicos, como o alimentação e a pré-escola, e à aposentadoria.

Precisamos nos organizar, esquecendo as diferenças existentes, apegando-se ao que nos une e nos preparar para embates que prometem ser duros, onde a capacidade de se insurgir contra as crueldades do governo e a perseverança na defesa de um futuro melhor serão indispensáveis em cada um de nós.

Pare, pense e veja tudo o que está em jogo.