O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem, durante evento promovido pelo grupo Goldman Sachs, em São Paulo, que, até o momento, ‘as condições econômicas se mantiveram (favoráveis), a despeito do aumento da incerteza quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia’. De acordo com ele, esse cenário permitiu a manutenção do ritmo de recuperação gradual da economia, o comportamento benigno da inflação e a continuidade da queda de Juros.
De acordo com o presidente do BC, a economia brasileira apresenta hoje maior resiliência ‘devido à situação mais robusta do balanço de pagamentos e ao progresso no processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas’. Ele alertou, contudo, que ‘a continuidade dos ajustes e das reformas será importante para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a desinflação, para a queda da taxa de Jurosestrutural e para a recuperação sustentável’ da atividade econômica.
Embora o evento do Goldman Sachs tenha sido fechado à imprensa, o Banco Central publicou, em sua página na internet, os apontamentos feitos por Ilan no encontro. No discurso, ele retomou a ideia contida nos últimos documentos da instituição: a de que o fator de risco principal para a economia é a incerteza sobre a velocidade do processo de reformas.
Ele também repetiu a avaliação de que o cenário externo permanece favorável, embora haja riscos associados à normalização da política monetária, com elevação de Juros,em algumas economias centrais.
O presidente do BC frisou que a extensão do ciclo de corte de Juros dependerá de fatores conjunturais e das estimativas sobre qual é a taxa de Juros estrutural da economia brasileira, ou seja, aquela que permite à economia crescer sem gerar inflação.
‘Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo BC ao longo do tempo’, observou. ‘Nesse sentido, a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal e creditícia, e dos ajustes que mantenham as contas públicas em equilíbrio são fundamentais para a sustentabilidade da desinflação e para o funcionamento pleno da política monetária’, afirmou.
Ilan minimizou o impacto dos reajustes nos preços dos combustíveis e da energia elétrica sobre a inflação e, constantemente, sobre a política de Juros. Segundo ele, ‘essas oscilações pontuais não têm implicação relevante para a condução da política monetária’.
Fonte: Correio Braziliense