ACIMA DE TUDO SER AGRADECIDO

    Escrevo no Coojornal da revista RIO TOTAL da grande amiga Irene Serra há pouco mais de 12 anos. Tudo começou em Janeiro/2001. Eu era um ilustre desconhecido neste espaço, mas lendo minha crônica “Formatura de Segundo Grau” Irene logo me aprovou e me lançou entre os poucos, mas importantes colaboradores do Coojornal à época.Eu me animei e não parei mais de escrever e ser divulgado por ela. Participei de outros sites, porém sempre o meu texto inédito era um compromisso muito sério que mantenho até hoje, e ela sabe disso, de ser enviado em primeiro lugar para o Coojornal. Tive o mesmo compromisso com outro grande site que prefiro omitir aqui, daí hoje eu estar com pouco mais de 500 crônicas inéditas no Coojornal para um total que se avizinha de 900.Do outro grande site um dia eu fui expurgado, eliminado, tendo todos os meus trabalhos em prosa e em verso apagados por ter discordado de uma imposição que me fora apresentada. Era pegar ou largar, e nesses termos eu jamais aceitaria qualquer tipo de acordo. Aliás, cheguei a sair de outro site de certo “Comendador” porque um dia ele aplicou sua censura num texto meu. Isto também eu jamais admitiria e logo pedi o meu boné. Nunca mais sequer falamos.Irene sempre me tratou com todo o respeito, sempre me apoiou, embora eu lhe desse toda a liberdade até para corrigir o que eventualmente eu escrevia, poucas vezes felizmente deixei algum “furo” em digitação para a boa amiga consertar.  Costumo reler meus textos várias vezes, porém eventualmente pode passar uma letra trocada. Eu sei que Irene está sempre atenta, sempre vigilante, e se ela me informa algum engano eu a apoio na correção de imediato. Assim se trabalha em equipe, assim tentamos vencer dificuldades e levar o incansável e maravilhoso trabalho de Irene Serra e Luis Guedes que é, com certeza, uma revista das mais lidas, das mais aplaudidas neste espaço virtual e fora dele. Desde Janeiro/2001 quando comecei no Coojornal vi pessoas chegarem, vi outras sumirem por diversas razões, vi infelizmente outras “partirem fora do combinado”, como diz o nosso bom Rolando Boldrin, da TV Cultura, mas o Coojornal resistiu e continuará a resistir a todas essas pequenas mudanças.  Os que me estão a ler podem até pensar que o veio Chico Simões está a dar neste momento uma de puxa-saco. Não, gente amiga, não se trata disso, é respeito mesmo, e muito respeito que ela merece de todos nós. Digo-lhes mais: se um dia já fiz uma Homenagem a Irene Serra no meu site pessoal, como a fiz também a outro grande amigo o professor João André, julguei que faltava eu abrir meu coração e deixar minha amizade, sincera e leal além de agradecida, falar também aqui, no mesmo espaço em que já caminho para treze anos de presença como um modesto escritor de textos variados sem compromisso com qualquer temática.  Irene também sempre apoiou o meu trabalho em versos. Eu me encontro nos espaços destinados a poesias no RIO TOTAL. Lá estão apenas alguns dos meus poemas, mas logo outros estarão entrando por lá.  Jamais esquecerei quando eu fui à Sede da AABB Lagoa receber o prêmio de Primeiro Lugar em Concurso Nacional de Poesia por eles realizado, referente ao poema “Excelência”, que Irene se fez presente me prestigiando. Eu a apresentei ao Presidente da AABB e logo ela foi convidada a integrar a mesa dos trabalhos. Isto ocorreu no final de 2001. Foi muita honra eu receber os prêmios das mãos dela. Prêmios, porque naquela mesma tarde recebi também outro troféu que eu ganhara no ano anterior, um segundo lugar em concurso idêntico pela poesia “Tempo de Corvos”. Além de Irene estiveram também presentes os bons amigos da antiga do BB Renato Toledo de Campos e Floriano Albuquerque e suas respectivas esposas. Foi das boas emoções que constam da minha memória de recordações. Agora vou eu pregar uma “peça” na minha, ou nossa, querida amiga Irene Serra. Claro que ela talvez nem se lembre, mas o meu arquivo implacável que contém quase 5.000 mensagens de Comentários de Leitores eternizou esta que ela me mandou em 7/março/2001, ou seja, com apenas dois meses que eu estava escrevendo no Coojornal. Ela se referia ao texto que eu divulgara, ou “Meu Testemunho”. A crônica começava com esses dois parágrafos:”Hoje eu quero falar de vocês e para vocês. De vocês que idealizam, produzem, e mantêm na internet sites que, total ou parcialmente, divulgam, promovem a criação literária. Para vocês que acolhem trabalhos sejam eles crônicas, contos, poesias, ensaios, não só de autores consagrados como de ilustres desconhecidos, os “sem escada”, como eu.””De vocês que fazem este trabalho com muito amor, entusiasmo e bastante sacrifício pessoal, sendo que em sua grande maioria não conseguem sequer um patrocínio. Para vocês que não medem esforços em abrir espaços àqueles que, se vocês não existissem, não poderiam eles (inclusive eu) alimentar esperança de sobreviver, de sair do ostracismo, da exclusão a que são condenados sem sequer terem a oportunidade de um julgamento de sua obra literária, por mais modesta que seja.”Foi quando li este comentário de Irene que além de representar um grande incentivo emocionou-me. Disse ela: “Oi, amigo, quanto a “MEU TESTEMUNHO”, chorei. Tirei o colete e chorei novamente. Lindo, Francisco. Lindo Francisco. Texto e pessoa. A Internet é que precisa de você, deste carinho e forma de bem dizer. Aquele histórico de quem tem mil livros, oitocentas páginas e sei lá mais o que, nada vale diante do seu, de sua apreciação dos valores…” Ela escreveu um pouco mais, porém preferi guardar o resto tanto no meu arquivo como no meu coração eternamente agradecido. Obrigado, amiga Irene. Você me lançou como colunista no Coojornal aos 64 anos de idade e hoje aos 76, com este trabalho que amo fazer, eu confesso que às vezes me sinto remoçado.Eu tenho mesmo que, acima de tudo ser agradecido e achei que este era um bom momento para lhe dizer isto. Por quê? Pergunte ao meu coração.

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