HISTÓRIA DA MPB:OSMAR FRAZÃO

     Hoje decidi fazer minha modesta homenagem a este radialista que tem uma história de vida que de certa forma se confunde com a história de nossa MPB e do nosso rádio. Osmar de Araújo Frazão, que por sinal nasceu no mesmo ano que eu, portanto é também jovem que nem este esforçado escriba. Aliás, também a Rádio Nacional do Rio nasceu em 1936. Esta sempre foi considerada o berço dos mais populares programas de auditório, radio novelas e programas de humor. Por muitos Osmar Frazão é considerado, com justa razão, uma verdadeira enciclopédia viva da música popular brasileira. Ele dirigiu a Nacional entre os anos de 1995 a 2003. Quando assumiu a direção da emissora, ela estava totalmente sucateada e desacreditada. Com muita competência e muito trabalho ele trouxe a emissora para uma audiência entre as mais ouvidas no Rio de Janeiro.  Uma de suas iniciativas que acabaram tendo êxito, com o apoio governamental, foi o retorno do auditório da Nacional. Quanto de história do rádio e de sucessos tantos ali estão “guardados”. Frazão, de certa forma, resgatou o que outros, em anos passados, tentaram sufocar, lançar ao ostracismo nacional. Mas para quem tem boa memória e ama o rádio, sabe que a Nacional é o símbolo maior do rádio brasileiro em todos os tempos. E ele tem tudo a ver com o ressurgimento dela. Já há algum tempo Frazão voltou a apresentar um excelente programa na manhã dos domingos, o “Histórias da MPB”. Eu sou um entre milhões de seus ouvintes.   O talento de Osmar Frazão não se restringe apenas ao rádio, não, ele conta com muito orgulho suas participações na Tv, no teatro de revista, etc. No seu blog ele narra assim sua trajetória de vida artística, e que trajetória, amigos leitores: “Trabalhei durante anos nas TVs Tupi, Rio e Globo. Passei rapidamente pela TV Continental e participei de alguns programas na TV Excelsior. Sou da velha guarda da televisão brasileira. Na Tupi cheguei a cantar, vejam vocês, durante dois meses no programa “Era uma Vez no Carnaval” apresentado por Almirante, acompanhado por Pixinguinha, Waldemar Mello, Donga, Alfredinho (no flautim) e João da Baiana; aquele garoto magrinho, animadíssimo!, era este amigo de vocês.” “Dos humorísticos musicais, participei de todos. Desde o “Balança Mas Não Cai”, na TV Globo, até o famoso “Praça Onze”, na TV Rio, onde formei dupla com a saudosa vedete Sonia Mamede, no quadro Café Bola Branca, do qual participavam Ankito, Carmen Verônica, Nélia Paula, Ruy Cavalcante, Teresa Costello, Antônio Carlos (pai de Glória Pires) e ainda o Tutuca.” Exibindo seu talento também no teatro de revista, o nosso Osmar Frazão confessa ter trabalhado com todos os grandes artistas da época como Silva Filho, Cole, Pedro Dias, Manoel Vieira, entre outros. Os nomes citados foram todos depois atuar igualmente na televisão. E vamos deixar que ele mesmo continue nos contando sua trajetória de vida artística, muito rica, sem dúvida alguma: “No Teatro de Comédias trabalhei na peça "A Garçonniere de Meu Marido", isso em 1965, com Aurimar Rocha, Delorges Caminha e Marilu Bueno. Logo depois: “Noites Cariocas”, de Silveira Sampaio (não confundir com o nome do mesmo programa de televisão, do qual também participei, na TV Rio). Trabalhei ainda na peça de Augusto Boal, "Marido Magro, Mulher Chata", no palco do Teatro Aurimar Rocha.” “Em teatro de revista, participei também da reinauguração do teatro de Madureira (hoje não mais existe) na peça “Madureira de Pernas Pro Ar”, ao lado de Renato Aragão, Eloína, Tutuca, Carvalinho e outros. A peça era de autoria de Manoel de Nóbrega, pai de Carlos Alberto, hoje no SBT. No Teatro Rival, participei ao lado de Virgínia Lane, a "Vedete do Brasil", na revista musical "Pega no Ganzê…Bota no Ganzá". Por enquanto, esta foi a última apresentação da famosa vedete nos palcos brasileiros, e tive a  honra de ser seu partner.”  Na sua modéstia habitual, traço de caráter que define grandes homens, grandes talentos, Osmar Frazão fala de suas participações e realizações com a simplicidade de quem tem plena consciência do dever cumprido, ou, no caso dele, de inúmeros deveres, muito bem cumpridos. Em nossos “diálogos virtuais” permanentes outro dia ele acrescentou mais este depoimento:  “Simões meu caro, além dos nomes citados no meu blog, com quem trabalhei no palco, acrescento  os de Chico Anisio, Golias, Vagareza, Walter D"ávila, Lúcio Mauro, Jorge Lorêdo, seu irmão, o diretor João Lorêdo, meu saudoso amigo Wilson Vianna( Capitão Aza ) Consuelo Leandro, Mário Tupinambá, todos colegas dos programas “Noites Cariocas, “Praça Onze” , “O Homem e o Riso”, tudo musicado pelo irmãozinho João Roberto Kelly. Em verdade a lista é ainda bem maior”. “Tive em Almirante o exemplo de compor a verdade sobre nossa historia musical, estava sempre em sua residência admirando-o, ou então com meu saudoso amigo Luiz Peixoto, o grande letrista parceiro de Ary Barroso que sempre me telefonava para conversarmos sobre aquilo que eu queria aprender na musica popular.” Frazão sempre me trata com uma distinção e um respeito que reafirmam a admiração que sempre tive pelo seu trabalho e pela figura do homem que convive com o sucesso sem permitir que os vícios deste deteriorem o seu bom caráter. Este é o Osmar Frazão que conheço melhor agora, mais recentemente. Uma de suas realizações foi a montagem de um show no Cassino Royale em parceria com seu saudoso amigo o produtor Artur Farias. A estrela do show era a excelente cantora Leny Eversong. Lembra Frazão que em 1977, junto com o mesmo amigo e parceiro, montou outro show denominado “O Samba da Grande Chance”. Ele ocorria na Churrascaria Passeio. Deste show participavam os candidatos que eram vencedores do programa de TV, de grande sucesso à época, apresentado por Flávio Cavalcanti na TV Tupi, “A Grande Chance”. Osmar Frazão fez parte do júri daquele programa ao lado de Erlon Chaves, José Messias, Umberto Reis, Márcia de Windsor, entre outros.  Foi justamente Flávio Cavalcanti quem colocou em Frazão o apelido de “A Enciclopédia da MPB”. Embora eu entenda que isto nem precise ser justificado, pelo menos para quem conhece a história e a memória magnífica do nosso Frazão, disse-me ele o seguinte: “Qualquer dia conto como surgiu o apelido que Flavio Cavalcante me deu na televisão: “A Enciclopédia da MPB”. Evidentemente, um exagero do saudoso amigo e apresentador.” Mas se você tiver mesmo curiosidade em descobrir a origem dessa história veja o que diz o nosso Frazão: “A verdade está em minhas palavras que foram publicadas no livro “Tá Faltando Ele”, escrito por Paulo Roberto de Oliveira, lembrando o saudoso amigo, jornalista e compositor, Sergio Bittencourt, contidas nas páginas 177/8/9″. Se você ainda não teve oportunidade de ouvir o programa “Histórias da MPB”, aceite minha sugestão, sintonize seu rádio na Nacional, do Rio, em AM – 1130, aos domingos, a partir das 9 horas da manhã. Você não vai se arrepender. Claro, se o amigo tem um gosto musical apurado e prestigia o melhor da nossa MPB através de todos os tempos. Sugiro uma visita ao “Diário do Osmar Frazão”, através do seu blog. O link é este: http://diariodoosmarfrazao.blig.ig.com.br/  Interaja com este magnífico radialista.  Tenho certeza absoluta de que você vai gostar…  como sempre diz o bom amigo Frazão. Para o meu homenageado de hoje um fraterno abraço, deste amigo e ouvinte assíduo, que aplaude sempre o seu trabalho como um todo. 

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