O FUTURO DO FUTURÓLOGO

    Saiu na revista Globo Digital que o professor Richard Watson ocupa a função de futurólogo-chefe na empresa Future Exploration Network (“Rede de Exploração do Futuro”), que estuda o impacto das tendências tecnológicas na elaboração das estratégias de longo prazo. O homem prevê que inventos surgirão e o que desaparecerá do nosso dia-a-dia lá na frente. Como não é bobo, pede que não se leve tudo tão a sério, porque, até para ele, o futuro a Deus pertence.  Nas suas previsões existem algumas obviedades como o surgimento dos ossos de plástico, do papel de parede em vídeo e dos telefones descartáveis. O fato se repete entre os desaparecimentos: até 2010, estarão “fora do ar”, por exemplo, o político George W. Buch, as máquinas fotográficas Polaroid e a inocência. Até aí, nenhuma novidade! Pela legislação americana o Bush não pode ser candidato a mais nada, as câmeras Polaroides foram substituídas pelas digitais e por alguns celulares e, hoje, somente as crianças até de dez anos são inocentes.  O Richard Watson vislumbra muita “abobrinha”, mas não há dúvida de que é criativo. Condição, por sinal, indispensável a magos e futurólogos.  Diz ele que até 2020, poderá surgir a máquina de sonhos! Tomara que eu ainda esteja vivo para desfrutar dessa invenção, que é um antigo sonho de consumo. Em determinado dia quero sonhar que estou namorando a Scarlet Johansen. No outro a Naomi Wats. Ligo a máquina e pronto! Só não pode acontecer como nos sonhos de hoje que, na hora do “bem bom”, sempre acordo. Para essa década, o futurólogo prevê que desaparecerão os segredos. Nessa intuição ele está novamente atrasado. Hoje também é impossível se guardar segredos. Em qualquer lugar, há sempre uma câmera pedindo para “você sorrir” e todas as conversas estão “grampeadas”.  O Richard disse que uma das inovações entre 2021 a 2030 é que passaremos a ter férias virtuais! Já pensou!? Ir à Roma e ver o Papa sem sair de Friburgo! Mas, para essa década ele anteviu duas péssimas notícias: acabarão os almoços e os finais de semana sem trabalho. Mas, há um lado bom: serão extintas a cintura, as rugas e os sindicatos (será que Sinal está nessa?). De 2031 a 2040, o “homem” prevê que haverá o comércio de reputações. Ainda bem que ainda faltam alguns anos para acontecer, porque se já estivesse funcionando o Maluf, o Beira-Mar e o Eurico Miranda já teriam limpado as suas. Compradas  com cheques sem fundos, claro. A péssima notícia é que nesses anos terminam, de vez, a paz e o sossego. Ou seja, o som das igrejas evangélicas, dos bailes funk e de pagodes se sobreporão ao indiscutível direito ao silêncio.É uma pena eu não ter chance de desfrutar o que irá acontecer entre 2041 até 2050. Não só porque desaparecerá a gravata, mas porque será possível utilizar o spray da invisibilidade e implantar cérebros artificiais. Ficar invisível é um sonho que cultivo desde a infância. Fazer um “recall” dos cérebros com defeito que conheço, mais  do  que  uma aspiração é uma necessidade.Mas, a grande notícia está reservada para a década que começará em 2051: desaparecerão as tarefas domésticas! Finalmente, os homens ficarão livres da arrogância feminina para que lavem a louça após as refeições, sem direito, a mínima contestação.  

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