O INFERNO

    <!– /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Calibri; panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1073750139 0 0 159 0;}@font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";}@page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;}div.Section1 {page:Section1;}–>         O escritor Mario Prata imagina o inferno como uma salaonde pessoas datilografam  freneticamente em antigas máquinas de escrever,enquanto o “carro” vai se movimentando, da um lado para o outro, até o final dafolha de papel, limite em que se é avisado por um barulho do tipo “PA!”. Nestemomento, empurra-se a alavanca e passa-se para outra linha.            Até a adolescência idealizava o ambiente do inferno como um lugar onde ospecadores ficavam queimando eternamente.  O ambiente no céu seria umimenso campo verde e florido, onde todo mundo, vestido de branco, ficava por látocando um violãozinho, conversando abobrinhas e tomando uma agüinha de coco.Nunca me preocupei em visualizar o purgatório.            Todavia, depois que me tornei “gente”, passei a concordar com os mais velhosque ensinavam que o “inferno é aqui”‘ e que cada um tinha o seu particular.            A primeira vez que comprovei a afirmativa foi quando me vi “engarrafado” naAvenida Brasil, por umas quatro horas, num ônibus “botando pelo ladrão”, numdia de quarenta graus.             Depois, passei a crer que o inferno “caiu” em dois sábados: numa véspera dePáscoa nas Lojas Americanas e num sábado de carnaval nas Lojas Caçula. Asdisputas pelo último ovo de páscoa e pelos derradeiros centímetros de alegoriaforam entre cotoveladas, xingamentos e empurrões. As “vias de fato” só não acontecerampela presença da polícia.              Mudei de idéia ano passado, ao comparecer no aniversário de um afilhado queganhou da mãe uma festa tendo como motivo um baile funk, como “o diabo gosta”.           Mas, o período eleitoral que teve início a partir do dia 15 de agosto é que é overdadeiro inferno! Sem a menor cerimônia os caras invadem nossas casas atravésda campanha gratuita (que custa milhões) de rádio e TV, poluem o visual dasruas e promovem uma zoeira infernal com a passagem dos seus carros de som emvolumes ensurdecedores.            A Lei da “Ficha Limpa”, que impede as candidaturas dos julgados e condenadospela justiça, peca pelo princípio. Acho que devem ser impedidos pelo querepresentam candidaturas como à do Maluf, do César Maia, do Eurico Miranda, doRoriz, do Jader Barbalho, do Collor e tantos outros. Tiririca, candidato em São Paulo, cujo slogané “pior do que está não fica”, é outro exemplo: Ele pergunta: “Você sabe oque faz um deputado federal? NEM EU!". Outra: "Votem em Tiririca! Vouajudar os necessitados. Principalmente os da minha família".             O filósofofrancês Jean Paul Sartre estava com absoluta razão quando dizia que “o infernosão os outros”. Só não previu que muitos desses “outros” são políticos brasileiros.

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