SE EU NÃO INCORRER EM ERRO

    <!– /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";}@page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;}div.Section1 {page:Section1;}–>Meus amigos, o título que uso neste texto é exatamentecomo dizem nossos patrícios portugueses quando falam, o que nós diríamos, “seeu não estiver errado”. Alguém mais afobadinho já perguntaria: “E daí?” E eurespondo, calma, relaxa que ainda tenho muito a dizer. E você, provavelmente, asaber. Um locutor transmitindo uma partida de futebol, emPortugal, dirá, entre outras expressões, que “a pelota (ou esférico) tocou nabaliza”, ou que certa jogada redundou num “tiro de canto”. Dirá também que “oguarda redes” realizou uma magnífica defesa, ou que a entrada faltosa de certojogador gerou um “tiro livre”.  Se ocorre um pênalti, o narrador lusitano dirá que houve”uma grande penalidade”. E vai por aí afora. Expressões completamentediferentes das que usam nossos narradores por aqui, claro. É o jeito portuguêsde dizer, de falar, de se expressar. Compete-nos respeitar, não criticar oucorrigi-los. Enquanto nós dizemos que vamos tomar o café da manhã elesfalam que vão ao “pequeno almoço”. Esta expressão é também usada na França e naInglaterra, exatamente a mesma. A palavra “cimeira” é a preferida parareferirem-se a uma reunião de cúpula, como nós dizemos. Ônibus, para eles, é”autocarro”, bonde é “elétrico” e trem é “comboio”. Percebam que muitos destesvocábulos estão citados nos nossos melhores dicionários, como o Aurélio que euuso. Isso jamais mudará. Eles não estão errados, nós é que dizemos as coisas deoutro jeito. Algumas pessoas mal informadas costumam usar como críticaaos portugueses a expressão “casa de banho” ao que nós chamamos de banheiro.Vejam que também os franceses e os ingleses utilizam a mesma expressão (oinglês, por exemplo, fala “bathroom” e o francês “salle de bain”). A palavra”portagem” é usada em Portugal ao que nós aqui dizemos pedágio, mas elas sãosinônimo, mesmo, apenas preferimos vocábulos diferentes.  Lá eles dizem “mulher a dias” ao que cá nós consideramosaquela pessoa que faz a faxina periodicamente. Alguns não devem estar aentender onde quero chegar com isso. Muito bem, então já explico, porém semtoga de juiz, sem banca de professor, sem fardão de acadêmico, mas semprecontra a malfadada e mal disfarçada “revisão ortográfica”. De cima para baixo,não. Chega. É lógico que me referi acima a expressões utilizadas em Portugal. Expressõesque, se não estão, nem poderiam, estar incluídas nesta tal revisão, por outrolado eu o fiz só para acrescentar que jamais escreveremos ou falaremosexatamente iguais. Repito, jamais. Longe disto ser desmerecedor, eu acho queenriquece ambos os lados, brasileiro e português, cada qual com seus costumes, hábitose tradições. Se estes forem sendo modificados com o tempo, que o sejampela nossa gente, pelo povo, de lá e de cá, jamais porque alguns fardões odesejam como que a sentir saudade dos tempos da autocracia. Repito que nadajustifica o que tentam nos impor, não mesmo, e jamais atingirão o alvo maiorque pretenderam desde o começo, há uns 20 anos ou mais: unificar nosso escrevere falar, pois. Se do outro lado do Atlântico percebo reacções de facto (comovão continuar a escrever lá) do lado de cá já vejo alguns professoresconhecidos, a ir à Tv, ou a escrever, para dar a sua “bênção” ao que eu chamode “Desacordo Ortográfico”.  Mas os senhores filólogos que o engendraram se julgamacima do bem e do mal, muito típico de quem se considera dono de uma verdadeque ninguém lhes pediu. Não aceito imposições já que a parte mais interessadanem sequer foi ouvida. E como mais uma prova de que não estamos sós eu lhes ofereçoaqui este pequeno artigo do jornalista português Francisco Leite Monteiro, de06/setembro/2009: "O acordo ortográfico é uma m****". Quemassim diz é Millôr Fernandes e, o Diário de Notícias, de 23 de Agosto (de 2009),com todas as letras, assim publicou. Não posso estar mais de acordo.”  “Cabe recordar que a primeira tentativa de acordoou, pelo menos, de uniformização da grafia da língua portuguesa, entre Portugale Brasil, terá sido nos anos 30 do século passado, sem resultados práticos, aque se seguiram outras, após o "25 de Abril", envolvendo já as cinconovas nações africanas, ex-colônias portuguesas e, já lá vão quase 20 anos, em16 de Dezembro de 1990, os representantes dos governos dos sete países acabarampor subscrever o chamado "Novo Acordo Ortográfico" para entrada emvigor em 1 de Janeiro de 1994 e, sucessivamente, adiado.”  “Mais conversações, novos encontros, aconteceram, deque resultou, em 17/07/1998, a assinatura de um "ProtocoloRatificativo" que também acabou, felizmente, por ficar pelo caminho. (…)A 06/03/2008 o Governo aprovou uma resolução tendo em vista a entrada em vigordo acordo, no prazo de seis anos.”  “Com todos os condicionalismos e as contingênciascostumeiras, 2014 é só mais uma miragem. O tempo é prova suficiente dainutilidade de um acordo que já fez "estória", mas não fica para a"história"; um acordo que é contranatura, que vai ao arrepio do que énatural e espontâneo; enfim, um absurdo que estará ainda a tempo de evitar eque longe de concorrer para a união dos países de língua oficial portuguesa,dir-se-ia ser a peça que falta para se desaprender como escrever português.” Dá-mevontade de aplaudirde pé o pronunciamento deste jornalista português.  Claro que não é o primeiro que é feito e queeu tenho divulgado. Acredito que um dos mais importantes que eu li contraaquilo que chamo de “DESACORDO ORTOGRÁFICO” e que inseri num texto meu foi o deautoria de Vasco Graça Moura, escritor, poeta, intelectual dos mais renomadosem Portugal.   E ainda quase ao final do ano passado (não sei se todossouberam) nosso Senado, considerando as muitas críticas feitas ao tal ACORDO,decidiu não abonar o que para alguns já parecia favas contadas. Pois contarammal. Os senadores, inclusive uns que eram defensores daquele documento,voltaram atrás e resolveram que é melhor primeiro fazerem ampla consulta, ouseja, o que deveria ter sido agilizado antes e não agora. Mas ainda é tempo derecuar e depois… atirar ao lixo. Quando escrevo este texto assisto a um belo programa pelaRTPI onde o respeitado e excelente jornalista português, de categoriainternacional, o Carlos Fino, autor de inúmeras reportagens de granderepercussão, declara a um dos nossos grandes repórteres, estar a pensar numprograma de maior integração entre portugueses e brasileiros, de modo que cadapovo conheça melhor, com mais profundidade, com mais amplitude, hábitos,costumes, história, etc, um do outro.  Isto não significa interferir no escrever e/ou no falar,ou lá no que quer que seja de cada povo. Repito: jamais vingará o DESACORDOORTOGRÁFICO, mas alguns, com certeza, já devem estar a ganhar algum dinheiro emcima do que nem sequer foi aprovado, e se afirmam o contrário, estão a mentir. Bem, por hoje acho que chega, logo voltarei com mais umcapítulo desta “novela” que nunca deveria ter sequer começado e cujo final estálonge de ser ao que certos brasileiros “afobadinhos” logo se puseram a aderir. Paraesses, com todo o respeito, mando o melhor do meu humor… hahahaha…

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