Procurador vai pedir cópias de contrato com empresa para análise
BRASÍLIA
A situação dos assessores do Ministério da Fazenda, Marcelo Fiche e Humberto Alencar, investigados pela Polícia Federal por suspeita de receber propina da empresa Partnersnet, que presta serviços de assessoria de comunicação à pasta, segundo denúncia da “Revista Época” é considerada muito delicada pelo Palácio do Planalto. Segundo fontes, a posição do chefe de gabinete do ministro Guido Mantega, Marcelo Fiche, é considerada “insustentável”, como antecipou a coluna Panorama Político, na edição de ontem. A pressão palaciana é para que ele deixe o cargo ao retornar das férias daqui a um mês.
Segundo integrantes do governo, as denúncias de recebimento de propina, somadas ao padrão de vida do servidor, não condizem com o perfil para o posto. Fiche nega informação que chegou à cúpula do governo de que ele teria comprado um carro da marca Audi, com valor de mercado de R$ 250 mil, em leilão da Receita Federal, por preço bem menor. Ele disse que o carro é, de fato, “uma relíquia”, ano 2008, com baixíssima quilometragem, e que comprou diretamente do proprietário por R$ 123 mil. Para pagar, deu parte em dinheiro, um Audi A4 e ainda transferiu o financiamento da Caixa Econômica Federal para o veículo.
— Só porque eu sou servidor público, tenho que andar de fusca? — perguntou Fiche. — Está tudo declarado no imposto de renda — completou.
O procurador do Ministério Público junto ao TCU Marinus Marsico vai requerer, a princípio, cópias do contrato social da empresa Partnersnet e do contrato da empresa com o Ministério da Fazenda para análise.
— Vou analisas as denúncias e avaliar quais outras informações pedir — disse ao GLOBO.
A maior preocupação do Palácio do Planalto é preservar a imagem do ministro Guido Mantega. Segundo fontes, também está sendo considerada na avaliação das denúncias uma disputa empresarial para prestação de serviço dentro do governo. E possíveis movimentos para desestabilizar o ministro da Fazenda,
Opinião: Mais do MESMO
A NOTA positiva da reforma ministerial da presidente Cristina Kirchner foi o afastamento, esta semana, do subsecretário de Comércio Guillermo Moreno, símbolo da truculência kirchnerista. A bolsa subiu 3%.
JÁ a nomeação de Axel Kicillof para ministro da Economia, na segunda: feira, fez as ações caírem 6,6%. Trata-se de um defensor da estatização.
NADA INDICA uma mudança para melhor nos rumos da nação vizinha.
Fonte: O Globo