BC reduz intervenção no mercado de câmbio

    Banco CENTRAL tem aproveitado a melhora do cenário externo, diante da recuperação ainda lenta da economia americana, para reduzir as atuações no mercado de câmbio e promover um ajuste das posições em derivativos cambiais.

    Na semana passada, o mercado reforçou as apostas de que o BC deve promover ajuste ou mesmo a interrupção do programa de intervenção no câmbio, que vigora desde 22 de agosto de 2013.

    Em maio, o BC deixou de rolar cerca da metade do lote de US$ 9,653 bilhões em contratos de swap cambial que vence hoje e não renovou a linha de venda dólares com compromisso de recompra, estimada em cerca de US$ 3,5 bilhões. A iniciativa levou a um aumento da busca por hedge.

    Na sexta-feira, o dólar comercial subiu 0,76%, fechando a R$ 2,2410, acumulando alta de 0,49% em maio, depois de três meses consecutivos de queda. No ano a moeda cai 4,92%.

    A perspectiva dos agentes de que o BC poderá não renovar novamente o lote integral de US$ 10,060 bilhões em contratos de swap cambial com resgate em 1º de julho deve contribuir para manter a pressão de alta do dólar no início desta semana.

    O BC inicia hoje a rolagem do lote que vence no início do mês que vem, devendo renovar 5 mil contratos, cuja operação poderá somar US$ 250 milhões. Se mantiver o ritmo, o BC deve concluir a rolagem de apenas US$ 4,5 bilhões do lote total de 10,060 bilhões de 1º de julho.

    Em maio, o BC deixou vencer um volume de US$ 4,65 bilhões em swaps, quase o dobro do que deixou de renovar em abril, que foi US$ 2,233 bilhões.

    Na prática, o BC realizou uma compra líquida de dólares no mês passado, resultado do total colocado via leilões diários do programa de intervenção, que somou US$ 4,2 bilhões, e o montante que foi liquidado. Com isso, a autoridade monetária deve encerrar maio com uma posição de US$ 88,21 bilhões em swaps, representando uma queda em relação a abril, quando o saldo era de US$ 88,76 bilhões, algo que não ocorria desde fevereiro de 2013.

    Se o BC não realizar a rolagem integral do lote que vence em julho, a instituição terá, na prática, realizado uma nova retirada de dólares do mercado.

    A autoridade monetária segue assim, o passo de outros países que vêm promovendo a adoção de medidas para limitar a valorização de suas moedas e estimular a competitividade da economia.

    A Índia e a Colômbia estão comprando dólares, enquanto há especulações de que o Banco CENTRAL da Coreia do Sul deve seguir o mesmo caminho para estimular as exportações do país asiático.

    Já a Turquia cortou recentemente a taxa básica de juros de 10% para 9,5% ao ano para estimular o crescimento da economia e também vem reduzindo as vendas de dólares no mercado.

     

    Fonte: Valor Econômico

    Matéria anteriorSTJ mantém tributação sobre juros de depósito judicial
    Matéria seguinteMenor taxa de poupança desde 2000 compromete PIB futuro