Dívida pública federal chega a R$ 2 trilhões

    Volume em outubro alcançou o maior patamar histórico. Endividamento cresceu 1,69%

    Gabriela Valente
    BRASÍLIA

     

    A dívida pública federal em títulos que estão no mercado financeiro chegou a R$ 2,022 trilhões em outubro, o maior patamar desde que o governo começou a registrar os dados, em 2000. Segundo o Tesouro Nacional, as emissões de papéis superaram os resgates em R$ 15,2 bilhões no mês passado. Isto provocou um aumento de 1,69% no endividamento.

    Não foi a primeira vez que a marca de R$ 2 trilhões foi rompida. Há um ano, isso já ocorrera. O número atual se aproxima : do planejamento da equipe econômica. Segundo o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública (PAF), o governo calcula terminar o ano com uma dívida entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões.

    No mês passado, as instituições financeiras aumentaram a sua carteira de títulos brasileiros. A parcela da dívida nas mãos dos bancos cresceu de R$ 521 bilhões para R$ 550 bilhões. No caminho contrário, a carteira de títulos dos fundos” de investimento caiu de R$ 431 bilhões para R$ 423 bilhões. A participação de estrangeiros ficou estável em R$ 397 bilhões.

    Segundo o coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, investidores estrangeiros compraram R$ 8,2 bilhões de papéis prefixados em outubro. Foi o maior volume desde agosto de 2010. A procura foi concentrada em dois vencimentos: papéis com resgates em 2019 e em 2023. É uma das estratégias para garantir um rendimento maior no futuro num cenário de incertezas diante do fim de estímulos monetários nos EUA.

    Em nove anos, a dívida pública dobrou de tamanho. Em dezembro de 2004, o endividamento em títulos federais ultrapassou a barreira de R$1 trilhão. Em 2009, no auge da crise econômica mundial, a dívida deu seu maior salto. Cresceu R$ 100 bilhões. Esta alta foi provocada pela emissão de títulos a fim de capitalizar o BNDES para que emprestasse dinheiro mais barato para o setor produtivo driblar a crise. No ano seguinte, a política continuou. Ao todo, foram injetados R$ 300 bilhões. E ainda há R$20 bilhões que podem ser colocados na instituição ainda este ano.

     

     

    Fonte: O Globo

     

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