Volta aos trabalhos no Congresso

    O Congresso retoma hoje os trabalhos, depois de quatro meses praticamente paralisado pelas campanhas eleitorais e pela Copa do Mundo. A expectativa mais imediata é sobre a ida de Meire Poza à CPMI da Petrobras, amanhã. O depoimento é aguardado desde 13 de agosto, quando a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef testemunhou ao Conselho de Ética da Câmara.

     

    Na ocasião, Meire depôs no processo que apura o envolvimento do deputado Luiz Argôlo (SD-BA) nas denúncias investigadas pela Operação Lava-Jato. Com a sessão interrompida pela notícia da morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), a contadora se comprometeu a voltar ao Congresso em outra ocasião.

     

    “O depoimento da Meire no dia da morte de Eduardo tem uma contundência enorme, já foi muito bom. Ela prometeu falar ainda mais se fosse convocada de novo e resolveu falar na CPMI”, disse Júlio Delgado (PSB-MG). O deputado lembra que o segundo turno deve ser muito disputado, e a aparição de novas informações sobre as investigações pode interferir na escolha do eleitor.

     

    A Petrobras também está no centro de outro item na agenda parlamentar. A expectativa dos integrantes da oposição é de que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere, ainda esta semana, a íntegra da delação premiada de Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras detalhou à Justiça o envolvimento de dezenas de políticos ligados ao esquema operado na estatal. O conteúdo da delação premiada é o sonho de consumo da oposição para as próximas semanas, antes do segundo turno.

     

    O deputado Izalci (PSDB-DF), também integrante da CPMI, acredita que a delação tem potencial para influenciar a disputa presidencial entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). “Com a delação, fica mais fácil de saber para onde foi o dinheiro.”

     

    Conselhos populares

    A principal missão da oposição, além das investigações sobre a Petrobras, é a derrubada do projeto de criação de conselhos populares, enviado ao Congresso pela Presidência. O item está trancando a pauta do plenário e precisa ser votado para liberar a apreciação de outras matérias. O PT obstrui a votação. Outro entrave para a retomada das análises em plenário é a ida do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), para o segundo turno da disputa pelo governo do Rio Grande do Norte.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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